Foto - divulgação
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Mídia Sem Máscara - Pra não dizer que não falei do álcool
Escrito por Klauber Cristofen Pires
EUA estão para passar o Brasil nas exportações de etanol. Agradeçam ao Lula, que proibiu plantar na Amazônia e interveio no mercado!
Do que mais tenho falado em meu blog?
Que me acusem de ser um neurótico da teoria da conspiração e eu mando tomar no etanol! Qualquer brasileiro que se põe a besta para trabalhar e produzir, especialmente na Amazônia, terá diante de si o MST, uma infinidade de ONG's, laboratoristas sociais do mundo inteiro, uma plêiade de órgãos de regulação e de fiscalização, o governo falando grosso e a polícia de braços cruzados (isto é, a não ser se for para prendê-lo, quando então usará de todo o seu arsenal de recursos que alega faltar quando o problema for proteger o cidadão).
Vou repetir, sim, mais uma vez, feito doido: a indústria madeireira foi falida na marra com os créditos ao Greenpeace, que deixou milhares de brasileiros desempregados e passando fome em Breves; a pimenta-do-reino sucumbiu aos gafanhotos do MST e o Ministério do Trabalho; os agricultores não estão recebendo licença ambiental para produzir milho, fazendo com que as avícolas da região entrem em processo de falência, por conta do milho subsidiado ao Centro-Oeste e ao Nordeste; os pecuaristas estão sendo perseguidos impiedosamente pelo Ministério Público. A indústria pesqueira encolheu em cerca de 85%. O Pará, que já teve um pólo produtor de grãos com altíssima produtividade, agora vê seus campos tomados pelo mato e pela devastação praticada pelas favelas rurais criadas pelo governo. E claro, tornou-se proibido plantar cana-de-açúcar na Amazônia, porque "Seu Lula" não queria ferir as suscetibilidades dos seus padrinhos Fidel Castro e Al Gore.
Na contramão, toda sorte de merrecas estão sendo inventadas para o produtor doméstico - especialmente o amazônico - não trabalhar e não produzir: é seguro-defeso do peixe, seguro-defeso do caranguejo, PGPM, PGPMBio, e toda sorte de bolsas já extensíveis aos cidadãos urbanos. O negócio é dar "dezral" para cada um comprar um quilo de farinha e se virar com o que a floresta deixar cair no chão. Estão transformando o povo amazônico numa horda de esmoléus e nenhum, mas absolutamente nenhum político ou cidadão que ocupe uma posição de relevo denuncia esta calamidade!
Agora imaginem sermos ultrapassados por álcool de milho! Pra quem não sabe, a cana-de-açúcar é de longe muito mais eficiente em produzir álcool do que o milho, mas mesmo assim estamos perdendo mercado para os EUA, por conta de políticas intervencionistas entreguistas estabelecidas pelo PT, o partido que mais do que todos os outros na história cantou em prosa e verso sobre "soberania", inclusive a alimentar! Foi o Brasil que inventou o álcool como solução de combustível automotivo; somos nós quem temos a natural vocação de fornecer o mundo, e olhem que hoje a cana-de-açúcar ocupa apenas cerca de 1% da área plantada!
Eu não sou nenhum especialista de coisa nenhuma! Sim, devo dizer, até para justamente diferenciar-me destes que assim se proclamam! A única coisa que eu fiz foi parar e olhar em volta ao que está acontecendo! Às vezes, as coisas que parecem ser as mais óbvias, olhem só, são exatamente como se nos mostram! Mas então por quê raios estou sempre acertando em minhas previsões? Abaixo, CQD, para quem quiser conferir...
EUA devem superar Brasil nas exportações de etanol
Os Estados Unidos caminham para ultrapassar o Brasil nas exportações de etanol este ano, depois de figurarem como importadores significativos entre 2006 e 2008. Entre janeiro e maio, os americanos embarcaram 533 milhões de litros do biocombustível, segundo a Renewable Fuel Association (RFA).
A previsão de consultorias internacionais é de que as exportações americanas alcancem algo entre 1,9 bilhão e 2 bilhões de litros até o fim do ano. Se a expectativa se confirmar, os EUA vão superar os embarques brasileiros - estimados entre 1,2 bilhão e 1,6 bilhão de litros - e assumirão a liderança nas exportações do produto.
Nesta semana, o Departamento de Energia americano (EIA, na sigla em inglês) divulgou relatório em que reforça essa reversão da posição do país de importador para exportador de etanol em 2011. No documento, o órgão destaca que isso só será possível por causa do "relaxamento" das restrições comerciais por parte de países parceiros, como o Brasil, que reduziu a zero a alíquota de importação do etanol, que era de 20%.
O Centro-Sul do Brasil, que representa 89% da produção de cana do país, já chegou a exportar 4,2 bilhões de litros na safra 2008/09. Os embarques recuaram diante de um mercado doméstico aquecido e de escassez de cana, atingindo 1,9 bilhão de litros na safra 2010/11. A comercializadora de etanol Bioagência prevê que no ciclo atual, 2011/12, esse número cairá para algo entre 1,2 bilhão e 1,4 bilhão de litros. A Datagro aposta em 1,56 bilhão de litros.
Desde o ano passado os americanos avançam sobre os antigos clientes brasileiros de etanol. Parte deles está na Europa e na Ásia. Mas, segundo o Departamento de Energia americano, o etanol de milho avança no México e no Canadá.
Ainda não há consenso sobre quanto o Brasil deve importar de etanol na atual safra que vai até março de 2012. Para a consultoria Datagro, esse número ficará em torno de 1,9 bilhão de litros.
Segundo a Bioagência, desde abril até agora entraram no país 190 milhões de litros e já estão contratados mais 600 milhões de litros que devem entrar no país até março, totalizando até o momento uma demanda importadora de 790 milhões de litros.
Mas o real tamanho da safra brasileira é incerto. O último número oficial da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) estimou um processamento de 510 milhões de toneladas de cana, queda de 8,39% em relação ao ciclo passado (556 milhões de toneladas). Mas já há consultorias que projetam moagem abaixo de 500 milhões de toneladas, número que vem sendo encarado como "realista" pelo mercado.
Ontem, a Unica divulgou que a produção de etanol acumulada desde o início da safra, em abril, até 16 de agosto foi de 12 bilhões de litros, 18,74% menor do que a registrada em igual intervalo do ciclo passado. Somente na primeira quinzena de agosto a quebra foi de 16,25% com produção de 1,61 bilhão de litros.
Apenas a produção de anidro, que é misturado à gasolina, cresceu na safra para 4,49 bilhões de litros (+16%). A Unica também divulgou números acumulados para açúcar. Foram fabricados 17,42 milhões de toneladas do produto, 10,84% menos do que em igual intervalo do ano anterior. A moagem de cana somou no acumulado do ciclo 297,60 milhões de toneladas, 12% menos do que o observado em igual período da safra 2010/2011.
Fonte: Valor Econômico
terça-feira, 30 de agosto de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Gastroclínica e Associação dos Celíacos de Cascavel promovem Café Colonial Sem Glúten
O Café Colonial Sem Glúten, será no dia 03 de setembro, às 15 horas, na Associação Médica de Cascavel. Na ocasião, haverá a eleição para a nova diretoria da Associação, por isso sua presença é muito importante!
Venha passar uma tarde agradável conosco e provar as delícias do buffet sem glúten que será servido! Garanta seu convite ligando para (45) 2101-7721 ou (45) 2101-7700 (FÁBIA).
Esperamos por você!
Esperamos por você!
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Tô aqui!
Karen Paiva (Coord. Colégio Ideal), Soraia David, Rosângela Casagrande (Coord. Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e Ivete Lozovey, (policial militar) FOTO - Larissa Benvenuti
Marilena Salvatti (Pedagoga, especialista em Fundamentos da Educação e Ciências Sociais)
Gente, mil perdões pela ausência (forçada) aqui no blog! A correria nos últimos dias justifica! Além das gravações e produção do Medicina & Saúde e assessoria da minha querida Gastroclínica, a semana esteve voltada para projetos como os debates na Rádio FAG! Super bacana o bate-papo ontem sobre Inclusão Social nas Escolas, com participação de feras como Marilena Salvatti (a quem admiro há tempo), Rosângela Casagrande, Karen Paiva e uma pessoa maravilhosa que conheci ontem, a Ivete, mãe do Emanuel, aluno especial que frequenta a escola regular! Amanhã trarei notícias sobre um Café Colonial sem glúten, que não é apenas para celíacos! Espero que esteja tudo na mais perfeita ordem com cada um de vocês! Beijos!
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Justiça Federal condena ex-juiz Rocha Mattos à prisão por lavagem de dinheiro e ocultação de bens
Foto - divulgação
Sol quadrado – Acusado de liderar um esquema criminoso de venda de sentenças judiciais, o ex-juiz João Carlos da Rocha Mattos, flagrado pela “Operação Anaconda”, da Polícia Federal, foi condenado a seis anos e seis meses de prisão por lavagem de dinheiro e ocultação de bens. A sentença foi proferida pelo juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6ª Vara Federal Criminal, que decretou a perda, em favor da União, de bens pertencentes a Rocha Mattos: um apartamento de cobertura no bairro Higienópolis, na Zona Oeste da cidade de São Paulo, e uma casa no Condomínio Dolce Villa, no Alto da Boa Vista, na Zona Sul da capital paulista.
Foram condenados também dois advogados e um comerciante, acusados de envolvimento com a empresa offshore Cadiwel Company Sociedad Anonima, com sede no Uruguai, constituída exclusivamente para “ocultar a propriedade dos valores pertencentes, em verdade, a Rocha Mattos”. Na sentença, o juiz federal Marcelo Cavali destaca que Rocha Mattos “era o articulador e o principal interessado na ocultação da propriedade”.
Ao se defender, João Carlos da Rocha Mattos, que recorrerá da sentença em liberdade, alegou que o dinheiro para a compra dos referidos imóveis, atualmente avaliados em R$ 3 milhões, foi conseguido por meio de empréstimo, cujo montante o ex-juiz não se recordou. Rocha Mattos também afirmou que parte do dinheiro resultou “de serviços jurídicos prestados ao Banco Excel”.
Além dos crimes constatados pela Operação Anaconda, o caso ganhou espaço nos meios de comunicação por conta das duras conversas de Rocha Mattos com o filho, um garoto que contestava o pai por suas ilicitudes.
Fonte - ucho.info
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Nirvana de um jeito... Diferente!
Show a performance dos croatas Luka Sulic e Hauser Stjepan no violoncelo com o clássico "Smells Like Teen Spirit", do Nirvana. Adorei!
domingo, 14 de agosto de 2011
Das coisas que não voltam mais
Existe uma relação entre o cinza e a ausência. Os pais que me perdoem, mas meu domingo está cinza.
Hoje não quero saber do discurso simplista e confortável sobre a morte, essa solidão desconhecida, herança que ninguém quer. Hoje não quero ouvir que precisamos nos conformar com a dor da perda ou que 'onde quer que aquela pessoa que amamos esteja, encontra-se em paz e enviando-nos boas energias'. Não quero pensar - pela enésima vez - que aquele tom de voz por vezes debochado, por outras autoritário - não será ouvido novamente, nem que verei outra vez aqueles olhos castanhos marejados diante das despedidas (e ouvir "eu te amo" em cada uma delas!)
Hoje não quero pensar que foi melhor assim. Meu pai poderia viver 100 anos e ainda assim acharia pouco. Hoje queria acordar com o dever de lhe entregar um presente, uma bobagem qualquer, qualquer coisa! Queria um domingo nosso, de abraços carinhosos e de falas bobas, daquelas que a gente ria e depois mudava o rumo da conversa para assuntos mais sérios. E ele tinha tantas coisas para contar, mas muitas vezes preferia o silêncio.
Sempre achei que meu pai dava sentido à palavra solidão.
Hoje percebo que ele silenciava na hora certa. E quando falava, era a coerência em pessoa. Rude, porém de honestidade e caráter incontestáveis. E daí vem toda essa saudade.
Dia cinza. Falta alguém nesse domingo, porque nos demais dias, nem é bom lembrar.
Já disse que hoje não quero saber de palavras que retoquem a ausência. Ela está aqui, forte, vibrante e me fazendo entender como é difícil viver sem um pedaço da gente.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Apertem os gatilhos, a ética sumiu
Surreal o que está acontecendo no cenário político de Cascavel. Não me falem que é cultural ou que tem tradição pelo passado histórico da região. Ano de 2011, democracia consolidada, tantos avanços constitucionais e somos obrigados a presenciar um duelo no melhor estilo velho oeste! Que peguem as garruchas e marquem o embate.
Sem espectadores, de preferência, pois alguém nessas terras, precisa trabalhar.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
sábado, 6 de agosto de 2011
Uribe descreve Lula como hipócrita e covarde
Foto - Divulgação
Álvaro Uribe também assegurou que “Lula combatia (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez ausente e tremia frente a Chávez presente”.
Álvaro Uribe também assegurou que “Lula combatia (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez ausente e tremia frente a Chávez presente”.
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe Vélez (2002-2010) respondeu através de sua conta Twitter (@alvarouribevel) ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), depois que este revelou em Bogotá, em um encontro com o presidente Juan Manuel Santos que, quando foram governantes, “Não havia confiança entre Uribe e eu”.
“Lula nos maltrata e no governo fingia ser o melhor amigo”, escreveu Uribe através de sua conta no Twitter, e acusou Lula de ser “mal perdedor”, porque a Colômbia ganhou do Brasil a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Em outra mensagem, Uribe disse: “Lula incapaz de declarar a narcofarc de terroristas”, em alusão à insistência do governo de Uribe de que os países vizinhos declarassem como grupo terroristas às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, comunista). Uribe acrescentou que “Lula foi incapaz de extraditar o padre Camilo, terrorista refugiado no Brasil”, que segundo as autoridades colombianas era o representante das FARC nesse país.
Além disso, Uribe assegurou em outra mensagem que “Lula combatia (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez ausente e tremia frente a Chávez presente”. Finalmente, o ex-presidente colombiano afirmou que “hoje Lula confessa que me teve desconfiança, porém o investimento do Brasil teve toda a confiança”.
O que Lula disse?
O ex-mandatário do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de visita a Bogotá, afirmou que acredita que os presidentes Juan Manuel Santos e Dilma Rousseff podem fazer muito mais “do que fizemos eu e Uribe. Não confiávamos inteiramente entre os dois (sic)”, anotou.
O ex-presidente propôs ao governo colombiano criar um fundo de garantia para investir no desenvolvimento estratégico do Sul, de maneira que se avance em novas hidrelétricas, portos e vias. “há que aproveitar o gasto para a riqueza do continente. Projetos estratégicos para daqui a 10 anos. Isto é o melhor que está acontecendo entre Brasil e Colômbia”, acrescentou Lula.
O ex-presidente do Brasil pediu para dar importância ao crédito. “Presidente Santos, você não deve ter medo de emprestar dinheiro aos pobres. Os pobres pagam”, disse Lula ao fazer um chamado à “bancarização”. Ele destacou a gestão do presidente colombiano, Juan Manuel Santos e disse que o país “está vivendo um momento de tranqüilidade extraordinária com alguns vizinhos polêmicos”.
Lula assegurou que Santos está marcando na UnaSul uma política muito importante. Segundo Lula, a lição que o mandatário colombiano deu é de que não dedicou seu tempo em brigar com os demais vizinhos, senão em fazer a paz com eles.
O ex-mandatário brasileiro ressaltou a presença de empresas do Brasil como a Petrobras, Odebrecht, Grupo Sinergy, entre outras. “Este é um sinal muito promissor das relações bi-nacionais”, disse Lula.
Fonte - Mídia Sem Máscara - La Patilla
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Meu filho, você não merece nada - por Eliane Brum
Eliane Brum - Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.
O que rima com "fim"
Foto - Divulgação
Dilma perdeu a oportunidade de mostrar inteligência e controle emocional. Se tivesse sido esperta, mantinha Nelson Jobim no Ministério da Defesa - mantendo o controle inclusive sobre as Forças Armadas, já que Jobim tem autoridade moral - e fazia uma boa limonada com as declarações do ex-ministro. Agora, ficará sob o oscilante desempenho do incauto Celso Amorim, que, como bem ilustrou Alexandre Garcia, não "vestirá" adequadamente a farda camuflada de seu antecessor. Falou que não votou em Dilma? Lula sabia o tempo todo da ligação de Jobim com os tucanos e se respeitou tal condição a ponto de mantê-lo no governo Dilma, é porque de bobo não tem nada. E quanto aos comentários sobre Ideli e Gleisi, só faltava agora ministro não ter opinião. Além do mais, quem não sabe lidar com críticas, tem mais é que ficar em casa. Se a intenção foi punir para defender as ministras e a própria autoridade, a mim pareceu mais imaturidade política. Os interesses da nação devem estar acima disso. Mas, em terra de hipocrisia, quem fala o que pensa é rei... deposto.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Frase da semana
Foto - Getty Images
Livrai-nos de todo mal... Amém!
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
O arrocho de Cantini
Ouvindo a CBN Cascavel hoje pela manhã, ri sozinha no carro enquanto Valdomiro Cantini "apertava" o presidente da Câmara, Marcos Damaceno (PDT) com as inúmeras tentativas de se protelar qualquer resposta que expusesse a posição dos vereadores quanto ao pedido protocolado hoje na Casa, de impeachment do prefeito Edgar Bueno (PDT).
Damaceno prometeu agir de acordo com a lei, respeitando os interesses do cidadão cascavelense - aliás, figura imprescindível no processo, já que levou a denúncia até a Câmara e ops, elegeu o sr. Damaceno e os 14 vereadores restantes. Quero ver é a prestação de contas, a consideração e o respeito dos nobres vigilantes da Casa Legislativa para com seu eleitor. Na verdade é uma ótima oportunidade para que esse mesmo eleitor decida se quer que um deles permaneça no cargo.
Damaceno prometeu agir de acordo com a lei, respeitando os interesses do cidadão cascavelense - aliás, figura imprescindível no processo, já que levou a denúncia até a Câmara e ops, elegeu o sr. Damaceno e os 14 vereadores restantes. Quero ver é a prestação de contas, a consideração e o respeito dos nobres vigilantes da Casa Legislativa para com seu eleitor. Na verdade é uma ótima oportunidade para que esse mesmo eleitor decida se quer que um deles permaneça no cargo.
As eleições estão aí e dependendo da atitude de cada vereador, a população de Cascavel pode fazer sua escolha. Lembrando que o exílio político é sempre uma boa opção pra muita gente.
Bom dia, permaneça nessa estrada
Quando ouço certas melodias, leio alguns refrões de música ou trechos de poemas, não me canso de dizer como são ilimitados os dons divinos para a arte! E ouvir "Stay on these roads" de A-HA é exatamente a comprovação do que falo - 'Winter's gone, I'm on my own'. É isso. Brincar de escrever sentimento.
Beijo, gente, ótimo dia!
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Vox populi, vox Dei (?)
É, a coisa tá feia "pro" lado do PDT de Cascavel. Eleitores da cidade acabaram por denunciar e fazer o pedido de impeachment do prefeito Edgar Bueno.
Amanhã, 02, o pedido de impeachment - liderado pelo advogado e mestre em Direito Político, Pascoal Muzeli Neto - será oficializado na Câmara Municipal, por conta das irregularidades na compra de uniformes escolares para alunos da rede municipal de ensino.
O curioso é que, segundo o próprio Muzeli, o Executivo teria sido alertado para as irregularidades ou vícios ocorridos durante o processo de compra. E bonito foi o termo que o advogado em questão usou para caracterizar a passividade do Poder Executivo diante dos "alertas" - "tornou-se vulnerável ao impeachement".
Quero saber mesmo é se a população de Cascavel - não apenas os eleitores que se uniram para formalizar a denúncia e o pedido em questão - terá a preocupação e força necessárias para cobrar do Legislativo uma postura dura, ética, moral. E nossos vereadores, será que levarão em consideração a vontade popular, unida aos fatos que comprovam tais irregularidades?
Só na próxima semana para esse enredo de novela mexicana mal-dublada se desenrolar. Até lá, fiquem de olho. A sorte está lançada! (De quem mesmo?)
Assinar:
Postagens (Atom)