Imagem/Reprodução
Estamos vivendo mesmo numa época de
valores invertidos, transversos, totalmente diferente do que verdadeiramente nos
faz bem. Buscamos ascender social e profissionalmente, ignorando o conhecimento
espiritual, aquele que agrega valores fundamentais para nossa evolução e
bem-estar. A culpa é da sociedade, do sistema capitalista, da ditadura da moda
e do século atual, dos padrões impostos pelo mercado mundial de negócios? Se
você está assentindo com a cabeça, lamento informar que é tão ingênua quanto eu,
antes de me dar conta da fragilidade que ronda nossa “perspicaz capacidade" de
apreensão de conhecimento e genialidade na era das novas tecnologias e
conquistas científicas. Qual é! Não conquistamos sequer o direito de sermos
felizes e saudáveis, por conta desse ritmo alucinante a que nos submetemos para
ter e ser mais e melhor; não descobrimos ainda a cura para a solidão, para a
dor da separação, da perda - e olha a piada - não chegamos nem perto da
descoberta do perdão, da resiliência, então por qual motivo comemoramos todo o
resto?
Vivemos um conto de fadas moderno,
daqueles bem tortos onde o final feliz tem cenário cinza e cheio de fumaça. Não
percebemos que o que restará ao final de tudo, será o desapego material, a entrega,
a compreensão de algo muito maior que suplanta tudo o que já conhecemos ou
tenhamos visto. Ah, é claro. Não vimos nada parecido, eis o problema. Aliás,
como sequer compreendemos o que existe e não é palpável, visível ou que satisfaça
nossas necessidades, melhor ignorarmos. Assim, mantemos as aparências, o ar de supremacia, como se essa ausência de plenitude espiritual não nos fizesse a menor
diferença.
Mas está ali, a coisa, o fato, a
sensação de que algo não vai bem no reino dos mortais. A inquietação que
movimenta o mundo. O que existe, de fato, quando o corpo queda, quando nos
damos conta da fotografia que não tiramos, do momento que não vivemos? Por que
o sentimento de que isso tudo que temos aqui, não é suficiente, melhor dizendo,
falta algo mais significativo, que explique a razão das pessoas chegarem e irem
embora, desde que o mundo é mundo? Não sei. As religiões procuram explicar,
estudos são feitos e publicados, pessoas testemunham, mas a sensação continua
ali, mais latente em alguns dias, quase ausente em outros, mas está ali, quase
uma prova do quanto somos frágeis e ingênuos ao pensarmos que dominamos o
conhecimento e as coisas do mundo. Pobres de nós! Brindamos à liberdade com
espumante francês, acorrentados em nossa própria ignorância. Tim tim.
Boa, Loura inteligente!
ResponderExcluir(...),(...), e, também, buriladora de palavras. É um elogio.
Bjos
Clovis