terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Derramando poesia...

Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.

Cecília Meireles

2 comentários:

  1. Poema lindo, Sô!

    Li uma coisa que sua amiga Ceres escreveu no facebook e vou colocar aqui, achei muito apropriado tbm!

    'Os relacionamentos já não tem tanto encanto, cada vêz mais supertificiais, a quantidade ganhando da qualidade, no fim todos reclamando, a deslealdade ditam as ações, mentiras sem pra que nem pq... Dedicação e respeito, que é isso? Sinceramente, isso não me interessa, não tenho paciência pra tanta banalidade!'

    Daí, talvez a vontade de ficar só como diz o poema de Cecília Meireles! Beijo, Sô! (Soninha)

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  2. Soninha querida!
    Aproveitou bem as palavras da Ceres! E embriagar-se com os devaneios poéticos de Cecília é uma viagem irrefreável ao centro de nós mesmas. Obrigada, outro beijo!

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