O cangaço já era

Finalmente um governador de Estado e um presidente do Legislativo puseram fim aos desmandos dos jagunços que faziam a festa na Assembleia Legislativa do Paraná. Coragem, muitas das vezes, é condição "sine qua non" para continuar exercendo um cargo público com determinação e seriedade e o que temos visto frequentemente é a figura política dobrando-se aos esquemas pré-existentes por coação ou ambição, duas forças extremamente atrativas que esfacelam qualquer homem que não tenha o caráter firmado em alicerces seguros de educação e honestidade. Raro, incrivelmente raro nos dias de hoje...

O historiador Lucien Lefebvre definiu o homem público, do homem de Estado - que ele distinguia com precisão do homem do Estado. Este aceita e legitima o Estado, aquele o põe em questão, criticando e se propondo a reformar as instituições políticas. Com a miscelânea e fome voraz da corrupção em nosso meio político, esta definição perdeu o sentido - ao menos na prática, porque em tese (e teoricamente é sempre mais bonito, o campo do ideal é sui generis!) é perfeitamente compreensível e aceitável.

É assim que queremos ver as coisas acontecendo no Paraná. Os poderes exercendo suas funções como devem, a priori, funcionar. Que interajam quando necessário, em nome do fortalecimento dos princípios democráticos, da supremacia do povo e do progresso dessa gente. O governador Beto Richa (PSDB) e o presidente Valdir Rossoni (PSDB) acertaram desta vez. Mas há muito mais para se fazer em nome de coisas incrivelmente maiores e que irão exigir do homem público e do homem de Estado atitudes que ratifiquem a confiança de quem os elegeu.