Não faltam livros ou pesquisas para provar que a felicidade influencia sua saúde. E um estresse emocional, como a perda de um emprego ou um pé na bunda, faz mal mesmo: o organismo inicia um processo inflamatório e isso pode culminar em outras doenças. Mas parece que só a felicidade não é suficiente para impedir esse desenrolar ruim. Na verdade, fazer o bem deixa seu corpo mais saudável do que a felicidade.
É o que garante uma nova pesquisa liderada pelos pesquisadores Steve Cole e Barbara Fredrickson, da Universidade da Carolina do Norte. Eles queriam saber quais dos 80 participantes se sentiam felizes (com perguntas do tipo “com que frequência você se sente feliz?” e “com que frequência você sente interesse pela vida”) e prestativos (“com que frequência você sente que tem algo a acrescentar à sociedade?” e “com que frequência você sente que sua vida tem um significado?”). Depois pediram a eles que passassem por exames de ressonância magnética para saber como o cérebro reagia a diferentes estímulos.
Em estudos anteriores, Cole já havia descoberto uma relação entre as reações negativas do corpo e alguns padrões genéticos de resposta. Quando sofremos uma perda, o corpo liga o modo deameaça. E é isso que desencadeia o tal processo inflamatório. “Você tem um sistema imunológico morrendo de vontade de agir”, explica Fredrickson (as aspas são da Atlantic). “Se você tem um registro longo de adversidades, ele se prepara para infecções bacterianas. Para nossos ancestrais, solidão e adversidades eram associadas com infecções causadas por predadores e luta”, conclui.
Mas quando você se sente bem, cheio de amigos, seu corpo se prepara para lidar com as interações sociais. Aí aciona o sistema de defesa contra vírus. Ele entende assim: se você está feliz é porque anda interagindo com muita gente, e não com bichos e feridas (como acontece quando você está sozinho e triste), é melhor, então, se preparar para sofrer mais ataque de vírus do que bactérias.
Só que nem sempre a felicidade basta para desencadear esse sistema contra vírus. Entre os voluntários de Cole e Fredrickson, 75% se sentiam felizes, mas não viam nenhum significado na vida. E, quando analisaram as imagens da ressonância magnética, os pesquisadores descobriram que esse grupo acionava aquele mesmo padrão de resposta inflamatória. Já na turma dos altruístas que tinha (e cumpria) um propósito de vida, felizes ou não, o cérebro reagia de modo diferente: liberava o sistema imunológico contra vírus. Ou seja, eles corriam menos risco de desenvolver doenças que nascem das inflamações, como o câncer.
É, nem os pesquisadores sabem ainda explicar a descoberta. Mas fica a dica: você pode até ser feliz numa vida hedonista, mas seu corpo não reage muito bem. Ele prefere seus momentos de caridade.
Fonte: Super Interessante/Crédito da foto: flickr.com/furnari
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