Amiga da onça

Hoje soube de uma conhecida que levou uma 'rasteira' no trabalho. E o que é pior: dada por uma "amiga". Que coUsa feia! Amigas que se dizem "amigas", aquelas com 'A MAIÚSCULA' quando se revelam a pior das traíras - com o devido respeito ao peixe carnívoro de água doce da família dos caracídeos que leva a denominação acima - deveriam ser chicoteadas em praça pública. Costumo dizer que traição de amiga é pior que traição amorosa. Depositamos nossa confiança e repousamos olhos de irmã quando nos deparamos com alguém que se identifica com nosso jeito de ser, de exteriorizar sentimentos e ações, que se apropria de nossa rotina e aos poucos incorpora inclusive, nosso m.o.: ficamos assim, parecidas na essência, mesmo que completamente diferentes externamente. Amigas. A história dessa conhecida me comoveu. Como pode alguém articular e conspirar contra você, justamente você, que deu o apoio e a amizade sinceros nos momentos em que ela mais precisou? Mistério...! Como diria dona Milú, a personagem de Roque Santeiro. A maldade humana não tem cara, traveste-se em máscaras belíssimas que caem quando menos se espera. A vida nos ensina muito, sobretudo quando situações como essa nos acontecem. A essa conhecida, pessoa tranquila, de coração bom e ingênuo, um lembrete: é uma questão de tempo. Aos poucos, as pessoas juntam as peças e percebem que quem fala muito de fulano e beltrano, certamente falará também de sicrano*, e aí, não tem sorriso ou conversa mole que convençam. E não custa enfatizar a lei universal: para cada ação, há uma reação... Ainda que tardia.

* Sicrano - s.m. segunda de três supostas pessoas, a primeira designada por fulano e a terceira por beltrano.