terça-feira, 10 de novembro de 2009

Assim não dá

Há duas semanas alguns programas de TV vêm batendo na mesma tecla e a gota d'água foi hoje presenciar um "revival" da matéria da moça que apareceu com um vestidinho numa instituição de ensino superior de SP e pronto: o quiprocó estava encomendado. Eita país sem eira nem beira, onde o machismo e a liberalidade se mesclam e confundem a cabeça de quem tenta entender como um povo que idolatra corpos desnudados reage com ferocidade européia a uma situação como a ocorrida. Não vou comentar, sem chance. Universidade, colégio, grupo escolar, creche ou qualquer outra instituição de ensino deve ter suas regras, de conduta disciplinar E vestuário. Tudo errado. Mas o que quero enfatizar é o seguinte: POR QUAL MOTIVO AS PROGRAMAÇÕES DE TV NÃO SE VOLTAM PARA ASSUNTOS MAIS INTERESSANTES E QUE POSSAM AGREGAR AO PÚBLICO? Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo,1 bilhão de pessoas passando fome, 30 mil crianças morrendo de fome a cada dia, 15 milhões a cada ano, um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual, 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável, 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso, uma pessoa a cada sete padece fome no mundo... A cada dia 275 mil pessoas começam a passar fome ao redor do mundo, o Brasil é o 9º país com o maior numero de pessoas com fome, tem 15 milhões de crianças desnutridas... 45% das crianças brasileiras, menores de 5 anos sofrem de anemia crônica. Nosso Brasil varonil é o quinto país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano e nossos programas de televisão só conseguem falar da loira do vestido vermelho?

Vou montar minha árvore de natal pra ver se as recordações da infância suavizam um pouco a realidade áspera de 2009.

3 comentários:

  1. Quer dizer que a Loira, provocou a revolta dos “homens” por usar um vestido curto demais?E como punição, além de sofrer ameaças de estupro, foi sujeita a mais uma humilhação,expulsa da faculdade!!Me faltaria dedos para enumerar a hipocrisia dos brasileiros, afinal, vivemos no país das mulheres frutas(melancia,melão...), do carnaval do turismo sexual e outras coisas.Os mesmos homens que a julgarão, são os telespectadores e admiradores da marginalização feminina e infantil que vem ocorrendo no nosso país. Está passado da hora de revermos nossos valores culturais e priorizarmos elementos vitais para nossa existência... um abraço SO, me inspiro um monte em você. Saudades

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  2. Jana, minha amiga amada!

    Essa antítese de comportamento se repete na mídia; ao invés de provocarem uma discussão nesse sentido, ficam polemizando o óbvio, extraindo sensacionalismo do banal. Puro chiste.

    Beijo, sempre feliz com sua presença por aqui! :)

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  3. No episódio faltou questionar, isso sim, o papel da universidade, aliás o de todos os tais "magníficos" emplumados reitores de pocilgas Brasil afora que ostentam o título discutível de "universidades".
    Estou a imaginar aqui o tipo de formação que essa "uniban" e outras "unibans" da vida andam proporcionando a seus alunos que amanhã estarão soltos nas ruas com o direito discutível de exercer algumas profissões até como formadores de opinião.
    Mais formador de opinião do que o "Vinagre" exercia na fazenda de um tio meu acho que eles não serão, porque carecem daquela autoridade moral de quem sabe o real sentido da palavra "universidade".
    "Vinagre" era o jumento pega que meu tio emprestava a valorosas éguas do plantel da fazenda e de quantos pagassem pelos bons ofícios do asinino para auxiliar as potrancas a gerar laboriosos e inteligentes burros.
    "Vinagre" sabia o que era bom, tanto que ornejava canções de amor a todo tipo de passante do sexo feminino que transitava pelas redondezas. Usassem ou não saia curta...
    Tenho um diploma especial para oferecer a quantos participaram daquela palhaçada na Uniban, mas um diploma que não tem nada a ver com a palavra "inteligência". Se é que qualquer deles, desde o corpo diretivo da pocilga, opa, universidade, até seus supostos "alunos".
    À estudante vilipendiada pelos invejosos de suas belas pernas e demais adereços - liga não, querida, aqueles marmanjos têm medo da concorrência...

    Rodrigues

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