Há muito as conversas sobre escândalos políticos, corrupção, possíveis candidatos para as próximas eleições, deixaram de ser exclusividade de rodas de bar, barbearias, pontos de táxis e reuniões informais masculinas. Vejo com aguçado interesse que nos salões de beleza, meios acadêmicos, locais de trabalho, enfim, onde há mulheres reunidas, o teor dos assuntos tem sido o desempenho político de nossos representantes. Por incrível que pareça, aquele velho discurso de que mulher não quer envolver-se com o tema ‘política’ por aversão à corrupção, parece estar se estendendo a homens, jovens, adolescentes e idosos. Corrupção é algo nojento, deplorável - todos concordam, afinal. Uma pesquisa da Transparência Internacional, agência que mede os níveis de corrupção entre os países, revelou que as instituições mais corruptas do mundo são os partidos políticos. Isto é um fato, não um indicativo para discussão.
Aí me lembrei de um historiador antigo, que manteve uma frase célebre através dos tempos, que ilustra de modo perfeito como o poder age na cabeça dos homens que na verdade se enfraquecem através dele – ao contrário do que realmente pensam. Lorde Acton afirmava que "o poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente". Segundo Acton, a liberdade não é um meio para atingir um fim político mais elevado. Ela é o fim político mais elevado. Não é para realizar uma boa administração pública que a liberdade é necessária, mas sim para assegurar a busca dos fins mais elevados da sociedade civil e da vida privada. Incrível como dois séculos depois, tal teoria confirma-se ao entendermos basicamente a diferença vital entre duas questões essenciais: quem detém o poder público e quais são os poderes do Estado? A primeira questão destina-se à oposição entre democracia e regime autoritário (ainda que discutível em suas distintas formas), enquanto a segunda tem por escopo diferenciar o liberalismo e totalitarismo.
No cerne da questão, chamo a atenção do leitor para um dos representantes políticos do estado do Paraná, que ocupa uma cadeira na Câmara Federal, o deputado Eduardo Sciarra, do partido Democratas. Falemos de conduta ética e comprometimento com a atividade parlamentar, já que o objetivo aqui é confrontá-la com sua aberração genética – a corrupção. Ressaltemos o respeito à liberdade individual e ao desenvolvimento dos municípios da região oeste, alavancados pelo determinismo e seriedade de Sciarra. Democratas é o partido que fôra alvo da mídia recentemente, devido ao episódio (olha a aberração aí novamente) de corrupção envolvendo o governador do DF. Ponto para o partido que não se fingiu de morto, não se omitiu. Foi taxativo ao dizer em uníssono “Não compactuamos com isto. Aqui não”. Analisando o trabalho de dois mandatos de Sciarra, não há o que apontar como condenável ou falho, ao contrário, é um dos poucos homens públicos que podem ser apontados como cumpridores do dever para o qual foram escolhidos. (Quem detém o poder público?) – lembra-se da primeira questão de Acton? É preciso atentar para tais questionamentos – ainda que datados do século 19 – para aprendermos a votar no século 21!
O poder sobe à cabeça dos políticos numa velocidade surpreendente, tornando-os suscetíveis a barbáries nunca antes imagináveis. É preciso, antes de qualquer coisa, serenidade para encarar tal responsabilidade. O poder não foi feito para qualquer um, eis a raiz do problema, que não é levada a sério. Poucos são talhados para a arte da política; esses se sobressaem através de árduo e reconhecido trabalho, como Eduardo Sciarra, cujo trabalho estende-se inclusive no período de recesso parlamentar! E não é importante que o eleitor saiba desses fatos? Por óbvio que sim! Em país intitulado como Republiqueta de Bananas, onde tudo é permitido e acaba em pizza, onde a festa se instala antes da hora em Brasília, podemos acreditar que há políticos que respeitam a confiança e o sonho brasileiros. Isso sim deveria ser lugar-comum, mas torna-se, diante do monstro da corrupção, gerado pelo que Lorde Acton chamou de “sedução pelo poder”, algo inédito.
Não há tempo para erros e acertos. O que se espera, é que o eleitor tenha o cuidado mínimo de conhecer quem está pleiteando um cargo público, por qual motivo e quais serão os poderes conferidos a ele. Só não aprende com a história, quem está satisfeito com seu presente.
E você, caro leitor: contenta-se com o que está aí?
Soraia, dê uma olhada neste video:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=E7chj0w1FoY&feature=player_embedded
Rodrigues
F.M.
ResponderExcluirO que estamos vendo é um processo cíclico onde homens ultrapassam todos os limites da moralidade para atingirem ses fim. Usou bem a questão do poder; poucos sabem usá-lo sem que se contamine. Pobres mentes fracas e ineptas! O Brasil está repleto delas! Que mais parlamentares como Sciarra possam fazer a diferença nesse mar de lama.
F.M.
ResponderExcluirLeia-se "seu".
Umabraço
Vale lembrar que grandes homens são plasmados na luta contra os interesses particulares e, esses sim, esses se tornam grandes políticos.
ResponderExcluirFaçamos votos de que o deputado Sciarra continue sua trajetória vitoriosa e seja sempre parte da regra e não da exceção decepcionante.
Rodrigues