Na última semana, Ratinho voltou, após um longo período, a provocar polêmica. O apresentador recebeu no palco de sua atração o ex-ator Guilherme de Pádua, envolvido no assassinato de Daniella Perez, em 1992. O crime abalou o Brasil. Na época, era exibida a "novela das oito" "De Corpo e Alma". Daniella e Guilherme protagonizavam um dos casais mais queridos da trama de Gloria Perez. Yasmin e Bira. O escândalo tirou do foco o impeachment do presidente Collor.
Os brasileiros ficaram chocados no final daquele ano. Passados 18 anos, Guilherme retorna ao vídeo em uma entrevista com o camundongo. Diversas celebridades deixaram mensagens de desagravo para o comunicador, inclusive Gloria Perez.
Diante da repercussão e ameaças de novos processos, Guilherme recuou e não fez declarações aprofundadas sobre o caso. Ratinho visivelmente ficou também acuado. Nem lembrou o estilo arrojado e independente que marcou sua personalidade na década de 90. Ficou bem "inho" com todo imbróglio. Após o momento, o apresentador salientou que irá exibir entrevistas mais "suaves", nesta semana, com parte do elenco de "Chaves". O velho Ratinho desapareceu. Os picos de 40 pontos de audiência e a repercussão de seus programas ficaram apenas em um passado recente. Milionário e empresário, o comunicador apenas comanda um programa água com açúcar que não atrai a atenção do público. Por isso mesmo, Datena consegue a vice-liderança no horário em muitas oportunidades.
Ratinho tem todo o direito de entrevistar Guilherme de Pádua. O ex-ator tem todo direito de conceder entrevistas. Recentemente, jornalistas do próprio SBT conseguiram declarações exclusivas do cirurgião plástico Farah Jorge Farah que esquartejou a namorada. A reportagem não atingiu tamanha repercussão negativa. O telespectador é que escolhe se assiste ou não.
A morte estúpida de Daniella Perez ainda é uma ferida aberta na história da nossa tevê. A música Wishing on a Star ainda emociona muitos brasileiros. A libertação precoce do casal Guilherme e Paula Thomaz é uma mancha da nossa "Justiça". Isso também deveria ter sido discutido no "Programa do Ratinho". A memória de Daniella sempre deve ser preservada, mas os programas possuem todo direito de entrevistar quem quiser. E se Roberto Cabrini tivesse entrevistado Guilherme no programa "Conexão Repórter", teria alcançado a mesma repercussão negativa? Acredito que não. (Portal Imprensa)
Fabio Maksymczuk de Almeida Brito é jornalista formado pela Universidade Mackenzie e bacharel em Comunicação Social - habilitação Relações Públicas pela ECA/USP.
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