segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

DERRAMANDO POESIA II - Carlos Nejar

A despeito do amor, as coisas todas se fizeram ao mar. Não quis retê-las. Não conheci regresso. Coisas, coisas vos amei por excesso. E o universo me foi alto preço. Todos os bens vendidos em leilão. O ar vendido. Os rios. As estações. Comprei arrobas de chuva ao meu pomar. Trouxe neblina de arrasto pela morte. Comprei a noite e dei o menor lance ao horizonte.
Coisas, coisas, vos amei por excesso.
Coisas, coisas - Árvore do mundo

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