Falta de legislações que penalizem os partidos, ausência de investimento na formação de quadros, dupla jornada de trabalho, preconceito, discriminação, rótulos de todos os tipos: ainda são muitos os fatores desmotivadores para a participação política feminina. Apesar das conquistas das últimas duas décadas, as mulheres permanecem, em sua maioria, afastadas dos palanques. Levantamento feito pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República, com base em dados divulgados até a metade de agosto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que para as eleições deste ano nem um partido cumpriu em todo o país a chamada Lei das Cotas, (Lei Federal n. 9504/97) que estabelece reserva mínima de 30% de candidaturas para mulheres.Os números do TSE mostram que de um total de 376.962 candidatos inscritos para a disputa de vagas nas câmaras de vereadores, 297.616 (79%) são homens e 79.346 (21%), mulheres. Na corrida pelos cargos de prefeito, a realidade é semelhante. Com exceção de Porto Alegre, onde quatro homens e quatro mulheres estão em campanha pela prefeitura, nas outras 25 capitais em que há eleições o índice de participação feminina é considerado baixo. Em nove delas, nem mesmo há candidatas ao cargo de prefeito – Rio Branco, Boa Vista, Porto Velho, Manaus, São Luís, Salvador, Vitória, Cuiabá e Goiânia.Entre 192 países analisados pela União Parlamentar Internacional (UPI), o Brasil obteve uma constrangedora 146ª posição no ranking mundial de participação feminina em casas legisladoras, divulgado em janeiro. “A Lei das Cotas foi uma conquista importante na época, mas precisamos avançar”, analisa a deputada Luiza Erundina (PSB), que defende a complementação da lei atual com outra, prevendo punições para partidos que desrespeitarem os 30%. A consultora política e jornalista Cila Schulman faz, no entanto, uma reflexão sobre a obrigatoriedade imposta pelas cotas: “Precisamos pensar se não acaba sendo um instrumento que leva para a política não a mulher que quer fazer uma carreira, mas aquela que vê ali um espaço e acaba ocupando.” Para Erundina, a maior responsabilidade pelo quadro atual deve ser atribuída aos partidos: “Como não há sanções caso não cumpram as cotas, não incentivam, não oferecem capacitação, formação”, afirma a deputada, lembrando que em mais de 180 anos de Poder Legislativo no Brasil, nunca houve uma mulher na Mesa Diretora da Câmara. “Precisa mais para demonstrar desigualdade e discriminação?”, questiona. (Correio Braziliense) Leia mais
Número de concorrentes a vereadora em 2008:
Goiânia - 106
Belém - 124
Salvador - 186
Curitiba - 191
Manaus - 164
São Paulo - 272
Recife - 134
Rio de Janeiro - 297
Porto Alegre - 90
Belo Horizonte - 220
Cascavel - 47
Já que entrar de alegre num partido não dá, por que as mulheres não criam seus próprios partidos?
ResponderExcluirSe a ideia é competir, façam isso de forma absoluta, completa.
Hoje em dia as mulheres não podem nem alegar que não as deixam entrar na Maçonaria. Existem Lojas Maçônicas só de mulheres. Assim como existem as que aceitam homens e mulheres em igualdade de condições.
Zé do Coco