Piora o quadro clínico de refém baleada em Santo André

Piorou neste sábado o estado de saúde da menina de 15 anos baleada na cabeça ontem após passar cem horas mantida refém pelo ex-namorado em Santo André (Grande São Paulo). Hoje ela não apresenta reflexos. Segundo os médicos, ela começou a ser retirada do coma induzido porque, sem a melhora esperada, o objetivo é saber como a menina reage sem os medicamentos. A trajetória do tiro foi longa, e houve perda de massa encefálica. Segundo os médicos, ela está no nível mais baixo da escala Glasgow - que mede a intensidade do coma e vai de 3 a 15. Há risco de morte cerebral. A equipe médica afirmou que o quadro é gravíssimo e, nos poucos casos semelhantes revertidos, as seqüelas são grandes. A menina também foi atingida por um tiro na virilha - a bala foi retirada ontem. Os pais da adolescente recebem atendimento no mesmo hospital. A amiga da adolescente, que estava no apartamento e foi baleada no rosto, chegou consciente ao hospital, passou por cirurgia e passa bem. A garota - também de 15 anos - está na unidade semi-intensiva e deve permanecer ao menos uma semana internada, de acordo com os médicos do Hospital Santo André. O tiro comprometeu as estruturas internas do lábio e do nariz da menina, mas os tecidos já foram reparados. Ela perdeu um dente. De acordo com os médicos, a principal preocupação é com o risco de infecção, o que será observado por 72 horas. (Folha Online)

Estou impressionada com o desenrolar do drama de Santo André. Há dois dias, comentava com Carlos Nascimento, de Brasília, que a história iria acabar mal e que o circo armado com holofotes da imprensa seria copiado por outros jovens desequilibrados. Aos pais, uma sugestão: atentem para os namoricos de suas filhas, para os envolvimentos que aparentemente são inocentes. Sentimentos de posse e dificuldade para aceitar rejeições podem ser indícios de problemas futuros. Lamentável, triste mesmo essa tragédia toda. Uma criança, uma menina de 15 anos com a vida encerrada por conta do 'amor' desvairado de um jovem que não soube conviver com um 'não'.