Foto - sempretops.com
Sempre acreditei na força, competência e intuição da mulher. Prova disso é que vez ou outra, escrevo algo sobre o assunto para incentivar as mulheres que ainda se encontram em cima do muro, seja em que área for - principalmente na política. Apesar de estar ciente de que mulher não vota em mulher (não me perguntem o motivo exato, mas arrisco dizer que nossa concorrência natural tem atrapalhado muito essa evolução), é preciso que se eleja um número expressivo de pessoas do sexo feminino, pois sabemos que isso mudará o cenário nacional. Gostaria muito que isso acontecesse em nível presidencial. Seria o ápice. Mas não agora. Não com a figura lacônica e fabricada que o presidente Lula forjou com o nome de Dilma Rousseff, para manter no poder um governo que perdeu sua identidade socialista tão logo deparou-se com o monstro chamado capitalismo.
Dilma não lembra nem de longe aquelas mulheres independentes, que batalham acima de tudo, pelo direito de falar sua própria língua, de agir de acordo com seus preceitos maternais - rígidos, firmes, porém amorosos - de quem acolhe o mundo com os olhos determinados pelas lágrimas de quem sabe o quanto vale a vida de um filho. De milhares de filhos. Não vejo em Dilma Rousseff a determinação da leoa que desafia o sexo oposto quando sente que a cria está sendo ameaçada, que impõe sua presença pela confiabilidade que sua própria história lhe confere. Não há um só lampejo de credibilidade e segurança nos olhos da candidata de Lula que me cause orgulho ao ver uma mulher disputando as eleições presidenciais.
Poderia ser diferente, caso essa senhora tivesse, em algum momento de sua vida, alterado o curso das coisas. Se tivesse tido a coragem de se valer de sua condição feminina e hierárquica - como Marina o fez ao desligar-se do governo atual - para escrever uma página na história da política brasileira à altura de uma grande mulher, como seus marqueteiros fazem questão de mostrar. A mim, parece um rascunho, uma garatuja, um desenho borrado onde vejo traços de subserviência, de caos político, de desmandos administrativos e falcatruas incalculáveis, que remontarão a um prejuízo sem precedentes para nós, brasileiros.
Mas meu voto, meu voto feminino, Dilma Rousseff não levará. Votarei pela decência, pela coragem, pela ousadia, pela vontade e pelo preparo constante que outra mulher tem buscado ao longo de sua vida e de sua trajetória política.
Lamento pela inconsciente luta e empenho de quem acreditou na farsa - de última hora - chamada Dilma Rousseff.