"Ela pode ser linda a ponto de a gente ficar horas em silêncio olhando para aquelas curvas e cheirando aquela pele. Mesmo assim, é difícil admirar uma mulher infeliz. Não sabemos exatamente o porquê, mas hoje para onde olhamos parece só haver mulheres infelizes ou à espera de uma vida de novela. E a gente nem se parece com o Zé Mayer. Quando estão sozinhas, é uma infelicidade imensa porque estão sozinhas. Se jogam nas baladas, nos shows, nos cursos de todos os tipos, aulas de dança, ligam para amigas que nem lembravam mais (mas que conhecem muita gente) e assim passam os dias como se o escolhido da Matrix da vida delas fosse aparecer sempre hoje. E o azar dela é sempre a sorte de um zé ruela. Sim, porque sempre há um zé ruela de plantão. E o primeiro que aparece e liga no dia seguinte se transforma no dono da chave do seu coração da noite para o dia, a solução de todos os problemas tabajara. O desastre vindouro é amplamente conhecido de todas as mulheres do mundo, mas elas adoram um zé ruela..." Continue lendo
Gosto de crônicas, sempre li muito as do Rubem Braga e não conhecia o autor acima. Ele tem uma forma muito simpática de dizer que a culpa é das mulheres pela falência nos relacionamentos. A vida ensina que em tudo o que fazemos seja com a melhor das intenções, temos sempre 50% de responsabilidade. Se alguém é infeliz, não o é de todo por culpa própria. E sorrir com pessoas felizes é fácil,né? Quero ver gargalhar com pessoas frias, cinzentas e mal-humoradas.
ResponderExcluirProfª Silvia/Cvel
Tenho uma dúvida: o que significa 'hipopocaranga'? É o site do escritor Paulo Rebelo!
ResponderExcluirProfª Silvia
Hipopocaranga não existe no dicionário. Séculos atrás inventei como sendo a mistura de hipopótamo com baranga, cujo sentido é dúbio. Gostei da sonoridade e guardei. Ou se preferir, Hipopocaranga é como qualquer coisa coisa desengonçada, sem nexo, sem noção e sem sentido.
ResponderExcluirO trecho que mais gostei:
ResponderExcluir"Algumas simplesmente nasceram assim, outras aprenderam com o tempo que as frustrações existem para serem enterradas, as alegrias para serem lembradas e o futuro para ser trilhado um passo de cada vez, devagar para não tropeçar.
Falar parece simples. Mas talvez o segredo das mulheres felizes seja justamente a simplicidade.
E elas apenas observam, de longe, as infelizes mulheres jovens, velhas, inexperientes, maduras, altas, baixas, pobres e ricas, todas perdidas à procura de um pacotinho de felicidade para cozinhar em três minutos. E às vezes até lembram que um dia elas já foram assim..."
Rebêlo escreve com propriedade sobre a alma feminina. Sem dúvida alguma, é uma honra sua visita aqui no blog.
Professora Silvia, grande abraço e ótima semana!
O autor sem dúvida está falando das mulheres que, ao invés de procurar seus próprios caminhos, insistem, teimam em ser dependentes de alguém. Depois que descobrem que o outro é um sujeitinho cheio de temores e calafrios diante das dificuldades como qualquer ser humano sadio, resolve chutá-lo porque não corresponde a seu ideal de masculinidade.
ResponderExcluirNo dia em que as mulheres perceberem que a única motivação de um desses é voltar para o útero materno (de preferência ao útero de qualquer outra que faça o papel de mamãe e lhe alimente o instinto de PERDEDOR, elas vão saber o significado da emancipação feminina de fato.
Os músculos do raciocínio se exercitam da única forma que se exercitam os demais músculos - na prática.
Eu cultivo dentro de mim o ideal de que as mulheres (e nós homens) refundemos o mundo sob bases mais maduras e realistas, um não esperando do outro o que cada qual já tem dentro de si.
Defendo que num relacionamento só há lugar para indivíduos - homens e mulheres - que se bastam a si mesmos, que nunca procurem realizar-se NO OUTRO ou através do OUTRO.
A experiência confirma que o relacionamento a dois só é saudável quando individualmente cada qual baste a si mesmo.
Rodrigues
Corrigindo, Soraia - refundemos o mundo sob bases mais maduras e realistas...
ResponderExcluironde se lê "sob bases....", leia-se "SOBRE bases...".
Desculpe o lapso.
Rodrigues
Sábias palavras, meu amigo!
ResponderExcluirBoa tarde! Gostei da crônica.
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