quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cãoterapia é destaque do Medicina & Saúde

Melhor dizendo, Lassie é o destaque! 

Conheci Lassie há poucos dias, a golden retriever que foi doada para o projeto "Cãoterapia" da FAG e treinada para trabalhar com crianças em seu processo de recuperação. Dócil e extremamente atenta, Lassie desperta a curiosidade e o carinho dos pequenos pacientes assim que a conhecem. Foi em uma das sessões de terapia assistida por animais desta semana, que conheci Emanuel, de 12 anos, com síndrome de Down e que frequenta a TAA há 3 meses. As terapias realizadas com animais na FAG E APAE de Cascavel - a Equoterapia - são os destaques do Medicina & Saúde deste sábado, que vai mostrar como os animais podem ser excelentes agentes terapêuticos e sociais!

Lassie descansa após sessão de terapia com Emanuel, enquanto recebe meu afago.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Casal nota 1.000!



Queria postar aqui há algum tempo, notícias de um casal que amo de paixão, admiro imensamente e do qual tenho profunda e sincera saudade. Célio e Shirley Porto são educadores, professores de inglês e que este ano surpreenderam - ou não - aos amigos quando anunciaram que iriam para a Índia, ajudar outros amigos a cuidar de crianças em um orfanato.




Não vou contar aqui o que encontraram ao chegar. Todas as vezes em que Shirley me manda notícias via e-mail ou Facebook, fico arrepiada. As dificuldades, a tristeza diante da miséria, ignorância e violência não parecem intimidá-la. Nem a Célio.



Pudera, antes de qualquer coisa, são criaturas de Deus! Levam a estas crianças todas as formas de amor e carinho que conhecem para tornar sua caminhada forte e segura.




(Essa Shica não é linda? Saudade dessa carioca!)




Todos os anjos de Deus estão com vocês, Shi e Célio, ajudando-os principalmente nos momentos em que tudo parece não fazer sentido. Vocês estão fazendo coisas lindas! Beijos, muitos beijos e todo o amor desse mundo para vocês e os pequenos indianos!






quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Música de hoje!

Maroon 5 / Christina Aguilera - Moves Like Jagger

        
                   

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Morre Lobo, o rottweiller vítima do bicho homem

A ONG Vira Lata Vira Vida comunicou a morte do rottweiller Lobo, decorrente de "complicações no seu quadro clínico". A UOL Notícias traz as informações em seu site nesta quarta-feira (16). Lobo foi arrastado preso a um carro por vários quarteirões no último dia 2, tendo uma das patas dianteiras amputada no dia 7. Lobo foi acompanhado por uma equipe durante 15 dias mas não suportou os ferimentos. O dono do cão, o mecânico Cláudio César Messias, alegou à polícia que arrastou o cachorro por "acidente", quando o transportava na caçamba do veículo. O dono justificou-se, dizendo que fugiu do local do crime porque achou que o cão já estivesse morto. No último dia 9, a Prefeitura de Piracicaba (160 km de São Paulo) comunicou que iria multar o dono do animal. A intenção da administração é aplicar a multa por maus tratos. A pena máxima prevista na legislação municipal para esse tipo de crime é de R$ 1.500.
Foto - Divulgação

Como alguém pode maltratar um animal dessa forma? Durante nossa viagem no feriadão à Santa Catarina, nosso rottweiller contraiu uma virose e quase ficamos loucos com o estado de saúde dele! Fizemos tudo o que podíamos e que estava além de nosso alcance para que Bóris se recuperasse e felizmente, conseguimos! Aliás, o mérito é do médico veterinário Evandro Rech, de São Miguel do Oeste que foi extremamente competente e atencioso ao atender Bóris no fim de semana. Como podem causar dor e sofrimento a quem não pode se defender? Espero que após a conclusão do inquérito policial, o responsável por essa atrocidade seja punido devidamente e que sirva de exemplo para muitos que ainda não compreenderam o valor que uma vida tem.

 


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

domingo, 30 de outubro de 2011

Derramando poesia

Diziam os amigos mais íntimos, que Mário Quintana era o poeta das coisas simples e fazia pouco caso em relação à crítica. Conforme costumava comentar, sua poesia era feita simplesmente por sentir necessidade de escrever.
Porreta esse Quintana, não?


"Amar: Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer... E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei...

   O amor é quando a gente mora um no outro."


Mário Quintana

Caso do Vestido - Carlos Drummond de Andrade

*Sugerido por Hi Kyung Ann

Nossa mãe, o que é aquele
vestido, naquele prego?

Minhas filhas, é o vestido
de uma dona que passou.

Passou quando, nossa mãe?
Era nossa conhecida?

Minhas filhas, boca presa.
Vosso pai evém chegando.

Nossa mãe, dizei depressa
que vestido é esse vestido.

Minhas filhas, mas o corpo
ficou frio e não o veste.

O vestido, nesse prego,
está morto, sossegado.

Nossa mãe, esse vestido
tanta renda, esse segredo!

Minhas filhas, escutai
palavras de minha boca.

Era uma dona de longe,
vosso pai enamorou-se.

E ficou tão transtornado,
se perdeu tanto de nós,

se afastou de toda vida,
se fechou, se devorou,

chorou no prato de carne,
bebeu, brigou, me bateu,

me deixou com vosso berço,
foi para a dona de longe,

mas a dona não ligou.
Em vão o pai implorou.

Dava apólice, fazenda,
dava carro, dava ouro,

beberia seu sobejo,
lamberia seu sapato.

Mas a dona nem ligou.
Então vosso pai, irado,

me pediu que lhe pedisse,
a essa dona tão perversa,

que tivesse paciência
e fosse dormir com ele...

Nossa mãe, por que chorais?
Nosso lenço vos cedemos.

Minhas filhas, vosso pai
chega ao pátio. Disfarcemos.

Nossa mãe, não escutamos
pisar de pé no degrau.

Minhas filhas, procurei
aquela mulher do demo.

E lhe roguei que aplacasse
de meu marido a vontade.

Eu não amo teu marido,
me falou ela se rindo.

Mas posso ficar com ele
se a senhora fizer gosto,

só pra lhe satisfazer,
não por mim, não quero homem.

Olhei para vosso pai,
os olhos dele pediam.

Olhei para a dona ruim,
os olhos dela gozavam.

O seu vestido de renda,
de colo mui devassado,

mais mostrava que escondia
as partes da pecadora.

Eu fiz meu pelo-sinal,
me curvei... disse que sim.

Sai pensando na morte,
mas a morte não chegava.

Andei pelas cinco ruas,
passei ponte, passei rio,

visitei vossos parentes,
não comia, não falava,

tive uma febre terçã,
mas a morte não chegava.

Fiquei fora de perigo,
fiquei de cabeça branca,

perdi meus dentes, meus olhos,
costurei, lavei, fiz doce,

minhas mãos se escalavraram,
meus anéis se dispersaram,

minha corrente de ouro
pagou conta de farmácia.

Vosso pais sumiu no mundo.
O mundo é grande e pequeno.

Um dia a dona soberba
me aparece já sem nada,

pobre, desfeita, mofina,
com sua trouxa na mão.

Dona, me disse baixinho,
não te dou vosso marido,

que não sei onde ele anda.
Mas te dou este vestido,

última peça de luxo
que guardei como lembrança

daquele dia de cobra,
da maior humilhação.

Eu não tinha amor por ele,
ao depois amor pegou.

Mas então ele enjoado
confessou que só gostava

de mim como eu era dantes.
Me joguei a suas plantas,

fiz toda sorte de dengo,
no chão rocei minha cara,

me puxei pelos cabelos,
me lancei na correnteza,

me cortei de canivete,
me atirei no sumidouro,

bebi fel e gasolina,
rezei duzentas novenas,

dona, de nada valeu:
vosso marido sumiu.

Aqui trago minha roupa
que recorda meu malfeito

de ofender dona casada
pisando no seu orgulho.

Recebei esse vestido
e me dai vosso perdão.

Olhei para a cara dela,
quede os olhos cintilantes?

quede graça de sorriso,
quede colo de camélia?

quede aquela cinturinha
delgada como jeitosa?

quede pezinhos calçados
com sandálias de cetim?

Olhei muito para ela,
boca não disse palavra.

Peguei o vestido, pus
nesse prego da parede.

Ela se foi de mansinho
e já na ponta da estrada

vosso pai aparecia.
Olhou pra mim em silêncio,

mal reparou no vestido
e disse apenas: — Mulher,

põe mais um prato na mesa.
Eu fiz, ele se assentou,

comeu, limpou o suor,
era sempre o mesmo homem,

comia meio de lado
e nem estava mais velho.

O barulho da comida
na boca, me acalentava,

me dava uma grande paz,
um sentimento esquisito

de que tudo foi um sonho,
vestido não há... nem nada.

Minhas filhas, eis que ouço
vosso pai subindo a escada.


Texto extraído do livro "
Nova Reunião - 19 Livros de Poesia", José Olympio Editora - 1985, pág. 157.