Após mais de doze horas de sessão, a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou, por 49 votos a 48, o projeto de lei que descriminaliza o aborto até a décima segunda semana de gravidez. O texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado. Se a lei chegar a ser realidade, o Uruguai será pioneiro da iniciativa na América do Sul, como contaram especialistas argentinos. O presidente do país, Tabaré Vázquez, já disse que vetará o projeto, que surgiu de parlamentares da coalizão governista, Frente Ampla, que tem maioria na Câmara e no Senado. Se Vázquez vetar a medida como promete, deputados e senadores precisarão de três quintos dos votos em cada casa legislativa para derrubar o veto e implementar a lei – número considerado hoje difícil. (Bondenews) Leia mais
Falar sobre o aborto é como caminhar em uma corda bamba, onde se pende para os dois lados. Mas é preciso falar. A discussão se torna mais fina, sutil, quando se debate o assunto nos moldes éticos e morais. Se por um lado alguns acreditam que os valores éticos e morais do ser humano são mediados social e culturamente, o que faz com que não existam parâmetros eternos, absolutos e universais e que a questão ética está presa a temporalidade, não existe uma ética absoluta, como diz o psiquiatra Dr. Marcos Ferraz. E por outro lado, a Igreja Católica se posiciona de acordo com as palavras do Padre Júlio Lancellotti, “que o princípio ético não deve adaptar-se a realidade temporal.” Meu TCC na universidade foi sobre o aborto e sua comparação com a legislação alienígena (título monstruoso, escolhi-o para causar curiosidade entre os colegas) e naquela época, entrei em contato com várias legislações e posicionamentos que aprendi a respeitar. Confesso que fico arisca com o assunto. Como mulher, não concordo com a interrupção da gravidez como forma de solução para quaisquer que sejam os problemas, salvo se representar risco à saúde da gestante. Em caso de estupro, qual o argumento a ser utilizado? Justificar um ato violento com outro?
Sou contra o aborto, ponto final. Acho incrível como duas pessoas se trancam num escurinho e começam a se divertir e depois acabe sobrando para uma delas, a mulher, claro, a absurda penalização por um momento de prazer. Mas, independente de ter tido prazer ou não, acho que a sociedade não tem o direito de impor a ELA o gravame maior. Que assuma a responsabilidade pelo cuidado com a gestante sob todas a formas possiveis, mas nunca simplesmente suprimir uma vida.
ResponderExcluirSe se souber quem é o pai, supondo que houve dolo, estupro ou coisa que o valha, que seja submetido a castração, química ou física, no caso de ser maior de idade. O fato de ter parentesco com a vítima do estupro deverá ser SEMPRE agravante. Quem engravida uma mulher deverá dividir com ela o fardo de cuidar da criança.
É o que sempre digo a meu filho: se fizer, assuma. Se nem ela nem seus pais quiserem o bebê, nem por isso a TUA responsabilidade moral diminui. Se a gravidez prosseguir, traga para nós seus pais, vamos cuidar juntos dessa criança, mas a mãe não poderá mais vê-la, já que a rejeitou desde o primeiro momento.
Ora, bolas, Soraia, as coisas são bem mais fáceis de resolver do que parece. Mas, tirar uma vida NUNCA foi nem nunca será a solução. A não ser em regimes fascistas.
Zé do Coco
A propósito, estamos com um casal de filhos de um sobrinho nosso, filho de uma das irmãs da Linda. A mãe perdeu o direito sobre a guarda das crianças, porque se provou incapaz moralmente de prover o sustento e foi proibida de ver as crianças. Nosso sobrinho está quase todos os dias aqui para acompanhar o desenvolvimento de seus filhotes e nem ele nem seus pais querem que mais ninguém cuide, a não ser a Linda e eu. Nosso filho os trata como se fossem seus irmãozinhos e já colocou à disposição deles muitos dos brinquedos que ele guardava em seu baú de recordações da infância.
As crianças só fazem engordar, comer e brincar todos os dias, sem os traumas que a vida anterior lhes incutia.
Vale dizer, nossa casa é para qualquer dos filhos de nossos sobrinhos um canto do paraíso, onde a única regra é brincar quanto quiserem. Somos duendes, adoramos crianças.
Zé do Coco
Vc e Linda são fantásticos. Cada vez é mais raro encontrar pessoas de boa vontade. O mais triste nisso tudo é que o tempo passa, tantas descobertas são feitas nos mais diversos campos, e o ser humano não evolui. Regride ao tempo das cavernas, enterrando qualquer chance de progresso moral.
ResponderExcluirCHISTE, disse:
ResponderExcluirO aborto é um assunto muito delicado, praticado no "santuário da vida" do corpo feminino, envolvendo um ser humano indefeso, lutando pela sua sobrevivência dentro de um espaço limitado.
A mandante e o autor do crime, inevitavelmente terão, no mínimo, problemas psicológicos.
Não cabe a sociedade condena-los: eles serão julgados pelo peso da consciência ao colocar a cabeça no travesseiro.