quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A dor do Rio também é nossa

Foto - Marcos Paula
A tragédia ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro é um drama sem precedentes. No final da tarde, enquanto conversava com amigos sobre projetos e acontecimentos felizes de ordem pessoal - cada qual com suas alegrias, expectativas, risadas soltas - retomamos o assunto da catástrofe natural no estado do Rio e tudo o mais então, tornou-se pequeno.
Somos assim, passíveis de comoção ao menor sinal de dor alheia - por isso - humanos. E ver, ouvir, ler sobre a inoperância dos governos em medidas preventivas, a burocracia existente para liberação de verbas e recursos logísticos para a contenção/redução das perdas e reconstrução do que se pode convencionar de "vidas", a essa altura do campeonato, perde o sentido.
Que agonia imensa senti ao acompanhar o resgate de dona Ilair, do abandono involuntário de seu cão de estimação ante a fúria da correnteza, da dor indescritível sentida pela mãe que enterrou seu filho, da capitã do grupamento do Corpo de Bombeiros ao referir-se ao soldado que perdeu a vida tentando salvar sua família... Dores particulares, únicas que jamais serão compartilhadas por nós em sua totalidade. Mas que nos entristece, deixa o dia mais cinza, encobre o sol.
Olga Bongiovanni transcreveu o seguinte há pouco: " Para a tragédia, os desabrigados, a fome, os feridos, não pode haver burocracia, demora nas ações. Onde estão os bravos homens do nosso exército, marinha, aeronáutica, helicópteros, barcos, afinal a região serrana do Rio de Janeiro está destruída. Lamentável a falta de urgência."
Concordo. Parece que sempre esperam pelo pior para que algo seja feito. Chegam para ouvir os gritos da tragédia. Enquanto isso, os municípios serranos lutam não somente contra as intempéries calamitosas da natureza, contra o desespero ante a perda material e a dor lancinante da perda irreparável de vidas, mas também para enterrar seus mortos.
Meu pesar e solidariedade sinceros ao povo do Rio de Janeiro.

4 comentários:

  1. Tudo muito bonito, mas Olga Bongiovani deveria saber que as forças armadas agem apenas sob as ordens do Ministro da Defesa e o Presidente. O recado deveria ser dado a essas autoridades.

    Rodrigues

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  2. Muito triste isso tudo e mais uma vez temos que depender da ajuda de vizinhos e amigos. O Estado soh aparece qdo a situacao torna-se insustentavel. E antes? (Desculpem a falta de acentuacao)

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  3. Minha cara Soraia, esta e outras tragédias ocorridas em outros locais podem ser chamadas de tragédias anunciadas! Quem conhece, sabe que poderia ocorrer. Sou solidário igualmente às vítimas e suas famílias, mas muitas ali ocuparam irregularmente locais de risco e isso se aplica a quase todo o território urbano. Quem poderia evitar, as famílias (em sua maioria sem condições de habitar outros lugares) ou o governo que constitucionalmente tem o dever de garantir habitação à população? Fica a pergunta.

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  4. Ah, e não vamos nos esquecer da torcida do Flamengo na recepção ao boneco de festa chamado Ronaldinho Gaúcho. Vamos nos perguntar se houve qualquer demonstração de solidariedade para com os flagelados durante as comemorações pela chegada do tal ídolo...

    Rodrigues

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