Ao ler esta manhã o noticiário em destaque nos jornais e na internet sobre o depoimento de Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal na CCJ do Senado, voltei a me fazer a pergunta que está no título deste post.
Na véspera, durante solenidade ao lado do presidente mexicano Felipe Calderón, no Itamaraty, ao ser interpelado por jornalistas sobre a questão Dilma-Lina, o presidente Lula não se fez de rogado e lançou um desafio à ex-funcionária:
“Qual a razão que essa secretária tinha para dizer que conversou com a Dilma e não mostrar a agenda? Só tem um jeito: abrir a mala em que ela levou a agenda e mostrar a agenda para todo mundo”.
É mais um caso de bola dividida em que Lula entrou sem precisar, dando de bandeja munição aos adversários, como já havia acontecido ao longo da novela Sarney, quando exagerou na defesa do aliado e depois teve que recuar.
Não faz sentido o presidente da República bater boca com uma funcionária de segundo escalão, ainda mais num episódio tão nebuloso, que vem sendo alimentado pela mídia com a ajuda do próprio governo dia após dia.
Bastaria responder que não iria tratar de questões de política interna ao lado de um visitante estrangeiro, como já fez em tantas outras ocasiões aqui dentro e no exterior.
Fica difícil imaginar, convenhamos, que toda esta história tenha sido simplesmente inventada por Lina Vieira em entrevista à Folha, ela que até outro dia ocupava um cargo de confiança no governo, responsável pela arrecadação dos impostos federais.
A nova crise política em que o governo se desgasta nem teria começado, se a ministra Dilma Roussef simplesmente houvesse desmentido o teor da conversa que teria mantido com Lina Vieira sobre a investigação feita pela Receita nos negócios da família Sarney.
Ficaria uma versão contra a outra numa conversa de que apenas duas pessoas teriam participado.
A própria Lina afirmou agora há pouco no começo do seu depoimento na CCJ: “Não me senti pressionada. Interpretei como um pedido para resolver o caso”.
Ora, qual o problema? Interpretar por interpretar, cada um pode interpretar o que quiser do que o outro falou numa conversa reservada. Ao negar o encontro, a ministra Dilma corre agora o risco de que mais dia, menos dia apareça alguma prova e a desminta, colocando em xeque a palavra do presidente.
“Não preciso de agenda para falar a verdade”, respondeu Lina ao desafio do presidente. Lula poderia ter passado sem essa. (Continue lendo)
Para quem não sabe, o articulista é amigo da primeira hora do Lula. Sempre prestigiou o PT et caterva. Pelo visto ele quis inventar a roda e não deixa passar uma oportunidade de criticar os "buon compagni".
ResponderExcluirBem, antes tarde do que nunca...
Rodrigues