Franz Kafka recorria às metáforas para escrever seus contos e em seu livro "Um Médico Rural" ("Ein Landarzt"), descreve a relação conflituosa entre árabes e judeus ("Entre Chacais e Árabes"). Vale a pena ler, mesmo porque há coisas que dificilmente irão mudar na face da Terra; uma delas, é o fim do conflito entre judeus e árabes e a outra, o sarcasmo literário de Mano Preisner, cuja coluna veicula no jornal Impacto PR com circulação nas principais cidades do estado e que recebo periodicamente. (Aqui abro um parênteses para entender por que alguém que escreve uma coluna, não gosta de ser chamado de colunista - só pode ser trauma, não há outra explicação). Pois bem, o polêmico colunista de Cascavel publicou carta endereçada a ele na última edição do Impacto, que transcrevo abaixo, com sua devida autorização:
"Senhor Mano Preisner, sou leitor assíduo do Impacto e procuro ler todas as matérias, inclusive a sua. Fico impressionado com a direção do Impacto destinar duas páginas a uma pessoa que é contra o Estado do Paraná unido, e que faz tudo o que pode para distanciar cada vez mais os moradores da Capital em relação aos do interior. Querer a criação do Estado do Iguaçu é direito de qualquer um, inclusive o senhor. Pesquisei e não consegui descobrir suas origens, mas creio que por ser do Oeste deve ser oriundo do Rio Grande do Sul e se realmente for de lá sugiro que volte as suas origens e então lute para dividir seu suposto Estado. Penso ser o senhor uma pessoa magoada e que teve decepção com alguém da Capital. Sua arrogância em relação aos clubes de futebol é muito grande, o senhor só sabe defender os clubes do RS, como se isso ajudasse no engrandecimento deles. Eles não precisam da sua defesa, a eles não muda nada. Agora se mora, vive em nosso Estado, deveria ser mais imparcial possível. Não sou morador da Capital, nasci em Maringá e minha maior tristeza é ler notícias de pessoas que não tem nenhuma identificação com o Estado. Morei por 11 anos em Cascavel e nesta cidade encontrei um povo que acha que dividir é melhor. Não é e nunca será. Fiz amigos em Cascavel, mas conheci também muitas pessoas que residem na cidade, mas que não tem nenhuma identificação com o querido Paraná. Pessoas que defendem o RS mais não defende o Paraná. Quanto a Curitiba receber os maiores investimentos em relação a outras cidades é só o senhor ver que na região metropolitana de Curitiba moram 1/3 da população do Paraná. Se não consegue conter suas mágoas e quer continuar lutando para dividir o Estado por mero capricho ou será que por interesse pessoal, quem sabe governar o Estado? Nosso Estado é maravilhoso, a Capital é das mais bonitas do Brasil, mas quem mora em uma cidade como Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Toledo, Guarapuava, entre outras, tenho certeza que não se sente nem um pouco inferiorizados em relação aos que moram em Curitiba, pois nossas cidades são locais maravilhosos, motivo de orgulho para quem reside nelas. Duvida? Pergunte aos moradores de Maringá o que eles acham da cidade? Londrina, Ponta Grossa e por ai a fora. Se eu fosse morador de Curitiba jamais aceitaria o termo usado pelo senhor quando se refere aos moradores da Capital. Respeite e assim será recompensado com o devido respeito. Atenciosamente, WALCIR "
Abaixo, a resposta, no melhor estilo irônico - não desprovida de extremo humor - que conhecemos do colunista Mano Preisner, diretor da TV Araçá em Cascavel:
1- Obrigado por ler o jornal, em particular este espaço. Continue lendo. É o melhor jornal do Paraná.
3- Não é você o único a ser contra a separação. Todos na capital são. Só faltava largarem regiões ricas, que produzem e pagam impostos, e só recebem migalhas. Você está na sua, corretíssimo, se fosse curitibano. Também vou te investigar. Pra mim, você só falou que é de Maringá pra disfarçar.
6- Você, como leitor, sempre tem razão. Agradeço sem ironia sua amável cartinha. Nem pseudo jornalista sou, não me confunda com essa galera. Só uma coisa: se me chamar de gaúcho de novo, usaremos a lei do Velho Oeste e saímos no soco. Xingamento não. Gaúcho e jornalista, precisava ofender tanto?
Edição de 21 a 27 de agosto de 2009 - Impacto PR.
Jornalista frustrado, só pode. Quanto ao Estado do Iguaçu, essa bandeira visa apenas causar separatismo e engrossar a fila dos que acham que há regiões superiores a outras. Isso vai contra a constituição. E a soberania da nação, seu Mano? Vá ler mais antes de dar palpite para seus leitores!
ResponderExcluirA região metropolitana de Curitiba conta com mais de 3 milhões de pessoas, quase 30% da população do estado. Só não entendeu a carta, porque não quis.
ResponderExcluirFalar em criar um novo estado significa em termos práticos:
1 governador
12 secretários (+ ou -)
3 senadores
8 deputados federais (no mínimo)
21 deputados estaduais (no mínimo)
Mas não agrega absolutamente nada em termos de arrecadação de impostos e progresso econômico e social, porque ficarão inalteradas as regras de -participação nos bolos tributários da União e dos municípios.
Mais do que isso, andei visitando várias cidades do interior do PR a trabalho e não vi absolutamente nenhuma delas receber menos do estado, do que as da região metropolitana de Curitiba, guardadas as proporções de cada qual.
O problema daquela região não é esquecimento pelo estado do PR é apenas ignorância de umas poucas viúvas do território do Iguaçú, como este senhor, que faz vistas grossas para o custo COLOSSAL de criação de um novo estado, dinheiro este que seria tirado de obras e benefícios para o novo estado, e gasto com salários de políticos, mordomias, palácios, carros oficiais, jatinhos, etc...
Fiquei curioso para saber qual o termo usado pelo senhor Preisner ao se referir aos moradores da Capital...
ResponderExcluirMano Preisner, se estiver lendo, coloque-me na lista de novos cidadãos. EU SOU A FAVOR DA DIVISÃO que resulte no glorioso e impoluto Estado do Iguaçu. Sou favorável que a capital do novel e valoroso estado seja Cascavel. Moro no Paraná desde 1966, e só de Curitiba tenho alguns páreos corridos sem ter ganhado o quejustifica a alfafa que me dão no Jockey Clube. Pangaré véio que não refuga nem perdoa uma potranca, quero colaborar para o crescimento do glorioso Estado do Iguaçu por todos os meios a meu alcance.
ResponderExcluirE, como sou amigo da dona deste blog, que ela seja escolhida a Secretária da Educação da novel unidade da federação. Eventualmente, poderíamos estudar uma forma de lançá-la governadora, pois não?
Quanto ao pangaré véio aqui que vos fala, contento-me com algo como uma graminha verdinha de uns 300 alqueires nos arredores de Cascavel para ficar remoendo ao som das arapongas e quero-queros nas plagas da nova sinecura, de preferência com pensão vitalícia.
Aguardando seu parecer favorável às modestas pretensões de tão tosco escrevinhador, subscrevo-me
respeitosamente.
Rodrigues, amigo da dona do blog.
Prefiro ser cabeça de sardinha do que ser um rabo de tubarão.
ResponderExcluirEu não quero saber se capital tem qts % de população do estado, um exemplo simples,Cascavel não tem um aeroporto decente por ciume de pessoal do capital,pois sem um aeroporto decente, não temos como receber os que querem investir e que são favoraveis a desenvolvimento da região do Oeste do Paraná, provavelmente devem ter medo que Cascavel cresce demais.
Pessoal do capital são contra tudo que devem ser feitos para melhorar Oeste do estado,eles querem que sejamos dependentes deles em todos os setores, até parece historia antiga onde o povo não podia aprender a falar para não pensar.
Eu era contra ESTADO DO IGUAÇU para não dar mais emprego aos politicos, mas agora sou favoravel, pois cansei de ser rabo de tubarão.
Os cargos criados no novo Estado do Iguaçu, cara Soraia, seriam apenas os normais, numa estrutura enxuta. Insignificante a despesa, se lembrarmos que nos livraremos de milhares de aposentados, muitos dos quais com salários altíssimos. Só o fato de gastarmos aqui, o que aqui arrecadamos, com políticos locais que podemos cobrar, pois são nossos conhecidos, já justifica a criação. Sei que é coisa quase utópica, mas se nossas lideranças enxergassem um palmo além do nariz, poderiam usar esse movimento para mostrar que existimos. Mas infelizmente preferem mendigar pequenas verbas em Curitiba, claro que com juros e correção monetária. Mas pedir ao povo que elege Requiões, que entenda os benefícios de termos um estado nosso, seria pedir demais. Mano Preisner
ResponderExcluirSoraia, meu nome é Matheus Signori (comentei em seu blog no mês de julho desse ano sobre a morte de Edi Siliprandi) e sou favoravel a criação do Estado do Iguaçu (acho que é possível sim, pois nessa década que está terminando vimos duas coisas impossíveis acontecerem - INTERNACIONAL de Porto Alegre ser campeão da América e do Mundo - todos - excetos os COLORADOS acham que era impossível isso acontecer - e uma cidade da América do Sul ser sede de uma olímpiada - pois no dia 2 de outubro a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida sede). É possível sim através da Internet, pois podemos mandar e - mails a deputados federais e senadores, falar sobre isso nas páginas de relacionamento como o Orkut e Facebook, e blogs do Governo Federal. Em janeiro inicia uma nova década (a de 10 do século XXI) e espero que algo de impossível (dizem alguns) aconteça como a criação do Estado do Iguaçu. O Povo do Oeste de SC tbm é a favor (apesar de o governo do estado esteja investindo na região).
ResponderExcluirMateus Sinhorini, para iniciar a conversa, a nova década só inicia em primeiro de janeiro de 2011, sabia? A década começou no ano de 2001 e não 2000. Se contar, verá que dez anos se completam no ano que vem.
ResponderExcluirAgora,vamos ao principal: justificar a criação de um novo Estado apenas por motivos fúteis como vc relaciona acima é de uma ignorância absurda.
Eu não me sinto menos paranaense porque moro no oeste ou sudoeste do Estado, aliás, tenho orgulho desse Estado. UNIDO. Se cada região desse Estado, ionde cada uma foi colonizada por uma determinada etnia resolver se separar do Paraná, o que seremos? Não haverá mais PARANÁ. É impressionante como os imigrantes que querem a separação da região oeste e sudoeste são mal agradecidos! Aqui chegaram em busca de melhores condições de vida e encontraram, pois senão teriam voltado para seus lugares de origem. Então, qual é o problema com o Estado que os recebeu tão bem? Eu também sou imigrante aqui há 15 anos e não penso que os nossos problemas regionais podem ser resolvidos com a criação de um novo Estado. Onde vc acha que seriam investidos os novos recursos? Para melhorar a sua, a minha vida? Não sejamos ingênuos de acreditar que os políticos daqui, incluindo o falecido Edi Siliprandi, são melhores e mais honestos do que os de outras regiões do Estado e do Brasil.Os interesses são pessoais, mesquinhos mesmos. Pode ter certeza!