O título acima é do livro de Tomaz Eloy Martinez, que conta a morte de Eva Duarte de Perón, conhecida mundialmente como Evita, em 1952. Seu marido, o general Juan Domingo Perón, ordenou que seu corpo fosse embalsamado e exposto à nação argentina numa redoma de vidro. Três anos depois, quando o ditador caiu, o cadáver de Evita tornou-se um fardo pesado demais para qualquer regime. Assim teve início uma das mais insólitas peregrinações de que se tem notícia. Sequestrado pelo Serviço de Inteligência do Exército, o cadáver vagou semanas pelas ruas de Buenos Aires, estacionou durante meses nos fundos de um cinema, prestou-se a todo tipo de paixões no sótão da casa de um capitão desmiolado até reaparecer, dezesseis anos mais tarde, no Velho Continente. Um livro interessante, onde o autor critica o regime de Perón e deflagra o melodrama pessoal e político encenado pela atriz e primeira-dama que fascinou a Argentina. Abaixo, um dos vídeos que mantenho entre meus prediletos, do musical de Alan Parker datado de 1996 - Evita.
"Another Suitcase In Another Hall"
Soraia, não sou de tirar azeitona da empada de ninguém, mas eu avisei antes o que eu faria se algum dia alguém tecesse comentários sobre o fenômeno Evita: eu soltaria o verbo sobre o que sei do maior mito que embalou a panaquice argentina e o incrível pendor daquele povo para o melodrama.
ResponderExcluirEvita e seu honorável "maridón" saíram fugidos da Argentina - primeiro fato. Levaram na bagagem o equivalente a 70 milhões de francos suíços e viveram como reis na Espanha de Franco. Ou seja, adoravam viver em regimes de extrema-direita que privilegia quem tem dinheiro e não se incomoda de ouvir gritos de dor e pânico numa sessão de tortura qualquer.
Ainda existe algum dim-dim lá nos meandros do sistema bancário suíço que foi levado por esse augusto casal que tanto infelicitou o povo argentino. Por muito tempo as contas públicas andaram no vermelho lá pelos pagos portenhos e foi preciso muito passe de mágica para recompor as finanças do país. E todavia o queridíssimo Perón trouxe de volta o cadável da doce amada embalsamado para gáudio dos seus partidários. De fato esse cadáver fez as alegrias de muita gente maluca e o episódio em que serviu aos apetites sexuais de um porra-louca foi verdadeiro. Imagine um milico endoidado tendo nas mãos o corpo da musa inspiradora da pobreza argentina: tinha mesmo de fazer aquilo e mais um pouco. Só não me contaram ainda como que o sujeito não morreu infestado pelos estafilococos que estão sempre presentes em cadáveres, não obstante a carga de formol injetada naquele corpo que serviu de pasto a seus apetites. São coisas do Diabo, claro, que protege seus afilhados de toda sorte de mal.
Muita coisa de ruim que acontece na Argentina corre por conta desse fanatismo por uma mulher supostamente pobre e que "deu-se por amor ao povo pobre". Uma lenda embutida num mito, isso é o que foi Evita.
Mas não vamos imaginar que só os argentinos são panacas desse jeito. Aqui no Brasil tivemos o getulismo. A geração que idolatrava Getúlio Vargas está aos poucos sendo exterminada pela longa idade, ainda não inventaram um jeito de embalsamar o getulismo.
A única coisa em que somos diferentes dos argentinos é que lá eles endeusam mulheres. Já aqui...
Alto lá, a Dilma não vale, ela é homem disfarçado. Mais homem até do que certos bigodudos e barbudos do PT.
Taí o Lula que não me deixa mentir. Minhas homenagens aos que votaram no Lula. Vocês se merecem. Agora, ao invés de uma Evita, vocês têm um barbudo malcheiroso e bebum pra cafungar no cangote de vocês...