Até que enfim a ANVISA suspendeu (corretamente) a propaganda de antigripais e analgésicos em todos os meios de comunicação. Esta medida colocou fim ao abuso irresponsável cometido por laboratórios que, aproveitando-se do pânico instalado no país pelo aumento do número de mortes por gripe suína, aumentaram a divulgação dos seus produtos com o objetivo explícito de multiplicar os seus lucros. A situação estava mesmo insustentável e exigia a intervenção oficial porque a divulgação de remédios para atenuar os sistemas da gripe estava induzindo os cidadãos à automedicação, absolutamente nefasta neste momento porque estes remédios, além de não combaterem o vírus, podem mascarar os sintomas da gripe suína e retardar o atendimento aos pacientes efetivamente contaminados... (Portal Imprensa) Continue lendo
*Wilson da Costa Bueno é jornalista, professor da UMESP e da USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa. Editor de 4 sites temáticos e de 4 revistas digitais de comunicação.
Soraia, embora entenda a argumentação do jornalista (e parece ser dos bons), eu acompanho desde sempre a propaganda de antigripais. NÃO VI qualquer aumento na divulgação desses produtos farmacêuticos. Reitero aqui que, tendo por muitos anos ralado a barriga nos balcões como prático de farmácia, sempre abominei a praga da automedicação. Todavia, reconheço que a automedicação se deve ainda hoje a outra praga pior, a da falta de médicos na rede pública para atender cidadãos (contribuintes) principalmente os de baixa renda que não podem pagar médico particular.
ResponderExcluirAs "ótóridades" tanto interferem na vida do povo que inviabilizam até a contratação de profissionais competentes para atender gratuitamente na rede pública, onerando assim de DUAS maneiras a cidadania - por um lado cobrando (e recebendo) os impostos, por outro NÃO aplicando os recursos necessários e PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO em serviços médicos, hospitalares e ambulatoriais decentes. Quanto a MASCARAR os sintomas da gripe suína, concordo com o ilustre jornalista. Convém somente lembrar que a falha NÃO é nem da população nem das farmácias, mas dos órgãos de fiscalização do exercício da medicina (ou estamos agora pensando de repente em esquecer dos famosos erros médicos?). No dia-a-dia temos conhecimento de que as receitas médicas são não só mal redigidas, mal escritas, mas também se originam de uma péssima propedêutica, sem a devida anamnese do paciente.
Deixando de lado o jargão profissional tão ao gosto da classe médica, vivemos num país de abnegados que, dentro de farmácias nas bibocas deste País imenso, tentam dentro de seus parcos recursos técnicos solucionar a falta de profissionais na área de saúde.
Enfim, a automedicação é consequência, não causa.
Rodrigues