terça-feira, 10 de março de 2009

As mulheres que nós (ainda) amamos - por Paulo Rebêlo

Se você apreciou a leitura da crônica As mulheres que nós amamos, postada na semana passada, de Paulo Rebêlo, irá se deliciar muito mais quando seus olhos percorrerem as veredas pela quais a mente criativa do autor percorreu, ao retroceder ao passado e brincar com o presente para nos brindar com mais esta pérola literária. Boa leitura!
De todas as peculiaridades femininas, há três quase sobrenaturais que nem a ciência ou a psicologia haverão de explicar aos homens. Seis meses é todo o tempo necessário para uma maravilhosa mulher se transformar em outra nem tão maravilhosa assim. Em seis meses elas ganham doze quilos, cortam os lindos cabelos longos, se transformam em estufa de espinhas ou viram lésbicas. E por mais tempo gasto pensando como alguém consegue mudar tanto em tão pouco tempo, mais convencido você fica que a culpa só pode ser de alienígenas que invadiram a Terra e tomaram o corpo e a mente daquela mulher para experiências. E nem avisaram antes. Ao mesmo tempo, seis anos parece não significar nada para um grupo de mulheres maravilhosas que certamente assinaram um pacto com o diabo. Depois de seis anos sem encontrá-la, você não acredita quando ela abre a porta do carro ou entra pela porta do restaurante e aparece ainda mais linda. Surgem novas rugas no rosto daquela linda mulher que há apenas seis minutos você esperava rever… com dez quilos a mais, de cabelos tingidos ou namorando uma halterofilista chamada Carlinha, assim mesmo, no diminutivo. Mais curioso ainda é encontrar, seis anos depois, essas mulheres maravilhosas no mesmo lugar de antes. Ocasionalmente continuam na mesma cidade, no mesmo trabalho, na mesma bancada, no mesmo vestido e com o mesmo sorriso que as transformaram nas mulheres que nós amamos. Mas nenhuma outra peculiaridade feminina supera as seis semanas que separam você da lata do lixo. (Leia mais)

Um comentário:

  1. Mulher a gente ama. Descrever para quê? Tem como definir um anjo? Não tem...

    Zé do Coco

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