Faleceu nesta madrugada, em São Paulo, o cantor e compositor Zé Rodrix. Junto com Sá e Guarabyra, criou o chamado “rock rural” – nesta época compôs com Tavito o grande sucesso “Casa no campo”. Cantou com Elis Regina e com o grupo Joelho de Porco. É dele também a canção “Soy latino americano”. Em 2004 Zé Rodrix escreveu seu próprio obituário, uma brincadeira que no dia de hoje, toma forma e significado para muitos fãs e amigos...
"Em resposta a seu completissimo questionario passo-lhe às mãos minhas especificações para passamento e eventual necrologio. Há alguns anos, gostaria de ter a causa-mortis preferida de meu pai: assassinado aos 98 anos de idade com um tiro dado por um marido ciumento que o tivesse pego em pleno ato. Mas hoje nao mais (...)"
"(...) Pode sepultar-me em pleno mar, sob a forma de cinzas, ja que nao poderei ser sepultado in totum no jardim da minha casa. Se conseguirem isso, no entanto, que nao cobrem entradas para visitação, à moda do irmão da princesa: deixem que alem das pessoas os passarinhos e os animais da casa se refestelem no lugar, renovando diariamente o eterno ciclo da Natureza (...)"
"(...) Ao enterro devem, atraves de convite formal, comparecer todos que foram aos meus lançamentos de livro: nada mais parecido com um velorio do que isso(...)"
"(...) Morrer num Sabado à tarde, ser enterrado num Domingo antes do almoço, e estar completamente esquecido na manhã de Segunda, sem atrapalhar a vida profissional de ninguem: eis a perfeição que desejo na minha morte (...)
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Na minha sepultura, simples de todo, quero apenas na lápide o nome, data de nascimento e de partida, e a frase "O José passou por aqui".
ResponderExcluirRodrigues
Pois sempre pensei muito nisso. O dia de minha morte. A idéia de um clima mórbido, choro, velas e flores, apavora-me. A céu aberto, árvores, verde exposto e vento no rosto de quem quiser despedir-se do que restou - matéria - é mais suave... aceitável (como se tivéssemos outra escolha!); o céu, chuva ou sol, vento ou o torpor do dia, e a música de Toquinho, "À sombra de um jatobá". Pronto. A lápide poderia ficar em branco. As palavras são cruéis quando escritas no escuro.
ResponderExcluir"Raios de sol na varanda
verde cobrindo o jardim
poder sentir a vida espreguiçar
com o cheiro da madrugada
dama-da-noite, jasmim
olhar no céu estrelas pra contar
Ter meus amigos comigo
quem amo me amando, sim
longe do amor
de quem nos finge amar
Ver na manhã
de um domingo,
meu filho sorrir pra mim
depois dormir
à sombra de um jatobá
Poucas coisas valem a pena
o importante é ter prazer
Longe de mim a inveja
e a maldade escondidas
na vida
Hoje estamos nós em cena
e não há tempo a perder
pois tudo acaba mesmo
sempre em despedida"
Toquinho.
Pois eu acho que o dia em que você partir será um dia alegre. A natureza em festa e o pessoal lá em cima esperando sua chegada, porque você está voltando para casa.
ResponderExcluirRodrigues
Papinho mórbido esse, não? Voltando p/ a vida!
ResponderExcluirBom, não posso morrer, pois eu não decidi o que eu quero .... se quero ser cremada,enterrada,ter lapide,musicas, choradeiras...
ResponderExcluirQuando eu decidir o que eu quero dai sim...mas deve demorar, pois tenho maior preguiça de pensar sobre assunto.
Eu conheci O Zé,gente boa, contador de piadas, ele nunca riu das minhas piadas hehehehehe
ResponderExcluirJulia é uma Lady,uma grande mulher e companheira.
Conheci atraves da minha dinda que é uma amiga-irmã do Zé e faziam as musicas juntos.
Ele foi cedo demais,ele tinha muita coisa para fazer...