sábado, 13 de dezembro de 2008

Violência que revolta

Estou em Foz do Iguaçu, Terra das Cataratas, cidade conhecida pela violência que assola a tríplice fronteira, mas também de gente trabalhadora, que sabe receber bem os turistas e vizinhos. Mas estou possessa, sentindo um misto de raiva e impotência diante da violência insolente, covarde de vagabundos paraguaios que recebem os brasileiros que atravessam a "Ponte da Amizade"para aquecer a economia desordenada daquele país sem receber em troca, um mínimo de segurança. Hoje fui extorquida em quase R$ 100 mediante ameaças de destruírem meu carro enquanto saía de Ciudad del Este, após fazer as compras de natal e estar retornando para o Brasil, em direção a Aduana para a devida declaração dos produtos adquiridos no Paraguai. Atentem para o golpe dos criminosos; dois bandidinhos aproximaram-se do carro e um deles jogou água no pára-brisa enquanto o outro começou a secá-lo. Nós, parados, aguardando na fila interminável para sair de lá. Meu marido abaixou o vidro e deu uma nota de R$2,00, contrariado, pois havia acenado negativamente quando os marginais se aproximaram. O primeiro deles, fulminou-o com o olhar e disse que não aceitava. O outro, então, bateu no vidro do motorista e disse que se não déssemos R$20 eles iriam quebrar o pára-brisa. Nem demos bola. Seguimos em marcha lenta na fila que não andava para cruzar a fronteira. Nenhum policial à vista. De repente, apareceu um terceiro sem-vergonha que gritou, através do vidro fechado, para que "pagássemos", e esmurrou a janela. Meu filho de 9 anos começou a chorar, apavorado e minha mãe, de 77 anos, empalideceu. Os três passaram a socar e chutar o automóvel. Meu marido olhou pra mim, e disse que deveríamos pagar, pois estávamos com criança no carro. E pagou. Um deles sumiu, mas os outros dois continuavam exigindo mais dinheiro, e continuaram esmurrando o vidro do carro. Naquele momento, senti muito medo, pois eles eram ousados demais e não havia NENHUM policial por perto. Demos mais dinheiro para o segundo marginal e o terceiro permaneceu ameaçando, exigindo R$50, desta vez com um objeto na mão que não consegui identificar. Odiei-me por não ter pensado em blindar meu carro até aquele instante. Será minha próxima providência, depois de passar medo e revolta naquele maldito país. E o pior é que não sabíamos o que aconteceria, de onde e quando apareceria outro bandido, pois eles se organizam rapidamente. Só tivemos paz quando arrancamos, correndo o risco de bater nos carros da fila ao lado, chegando então na aduana paraguaia. Ali, tentei relatar ao policial o ocorrido. Ele fingiu que assimilou as informações que passei e ficou mudo. O filho da mãe deve receber dinheiro dos bandidos para ficar longe dos pontos do golpe e fingir-se de morto. Entrando em território brasileiro, fomos até o posto da Polícia Federal Brasileira e lá relatamos novamente a agressão ao agente Ramos, que revoltado, contou-nos que um outro casal havia sido vítima da abordagem covarde e nojenta dos paraguaios, mas na travessia da ponte. O pior é que a Polícia Federal tinha tentado identificar os bandidos indo até Ciudad del Este, mas foram recebidos pela polícia marinha paraguaia com fuzil. A coisa está nesse pé. Desabafo com o intuito de avisar aos turistas que intencionam fazer compras no Paraguai, que a coisa tá feia por lá. O movimento caiu e vagabundo é vagabundo: cria novas formas de se tirar dinheiro dos turistas sem pensar duas vezes. E não adianta pensar em atravessar a fronteira de táxi. Segundo a PF de Foz, muitos motoristas estão fazendo o contrabando de armas e drogas e se você for o infeliz passageiro de um deles, será apontado como o mandante da corrida. Trata-se de um risco que não devemos correr. De minha parte, já sei o que fazer. Prometi a mim mesma que não voltarei mais a Ciudad del Este. Por mim, aquela ponte pode cair - quando tiver repleta de bandidos e marginais que não respeitam crianças e idosos. Como se criminosos respeitassem alguma coisa...

2 comentários:

  1. O Senador Álvaro Dias é autor de um projeto interessante para inserir os sacoleiros mas parece que o país vizinho não está interessado no aporte de recursos que os sacoleiros deixam lá, apesar de gerar empregos e garantir os salários na região.
    Seria interessante o Senador verificar junto às autoridades para contactar o Itamaraty a fim de negociar melhor policiamento no lado paraguaio.

    Zé do Coco

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  2. Lirio Vetorello está na pagina de Veja da semana que passou, conheço pessoalmente e sou amiga dele e da familia, eles e principalemente o pai do Lirio foi colonozador em "pais hermano", apesar de ser um brasileiro, ele fez muitas coisas que fez em favor do pais "hermano",principalmente abriram frentes e frentes para facilitar a vida dos paraguaios arrumando empregos, mas agora eles estão sofrendo por causa de invasão de Sem Terra na fazenda dele...o que fazer?

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