sexta-feira, 5 de setembro de 2008

"Casal Renascer" recorre ao STF para arquivar ação por lavagem de dinheiro

Os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes, entraram com recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) para arquivar a ação que respondem na 1ª Vara Criminal de São Paulo por lavagem de dinheiro por organização criminosa. No recurso, o casal tenta reverter decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que não trancou o processo. Segundo denúncia do Ministério Público de São Paulo, o casal teria arrecadado "altíssimos valores em dinheiro" após terem fundado a igreja. Para os promotores, Sônia e Estevam teriam ludibriado fiéis e não teriam honrado compromissos financeiros. Além disso, a igreja "manipulava" inúmeras empresas. A Promotoria ressalta na denúncia que o aumento de patrimônio do casal nos últimos 20 anos, seria o reflexo de ganhos com a exploração da fé alheia. Para os promotores, a igreja assumiu feição de organização criminosa, dada sua estrutura, e com isso, cometeria inúmeros crimes. Segundo os advogados do casal, a denúncia teria sido baseada em informações da imprensa. A defesa argumenta que o fato imputado ao casal não estaria previsto como crime. Isso porque a legislação prevê que, para que se configure o crime de lavagem de ativos, seria necessária a existência de crime antecedente. Outro questionamento da defesa no recurso é que a legislação não define o que seria organização criminosa, e dessa forma, não se poderia imputar tal conduta aos pastores da Renascer em Cristo. (Folha online) Leia aqui

3 comentários:

  1. Soraia, é preciso muita cautela antes de partir para a acusação contra líderes das seitas que se multiplicam pelo País como pulgas.
    Há que se separar o joio do trigo, para que um trabalho investigativo não se perca e os verdadeiros bandidos acabem se livrando de processos e eventual prisão de seus líderes.
    Há seitas que praticam o que chamam de cristianismo e que na realidade são redutos de famílias que decidiram limpar a barra, ganhar um por fora. Infelizmente são maioria.
    E há seitas que nasceram movidas por idealismo, visando a prática das virtudes espirituais consagradas no Novo Testamento. Dentro de cada uma de todas as seitas há o bem e o mal.
    Não por acaso, o próprio livro adotado por eles, a Bíblia, contém no livro atribuído a Isaías, no capítulo 45, uma suposta conversa entre Deus e o imperador da Pérsia, Ciro. A uma certa altura o deus dos hebreus explica ao imperador quem realmente ele é: "Eu sou Deus, eu criei tudo. Eu criei o bem, e eu CRIEI O MAL".
    Não há isso de interpretar, que é o argumento mais usado por adeptos do cristianismo que não lêem a Bíblia toda.
    Se é um deus que criou o mal, então criou tudo o que não presta, a ele caberia corrigir o mal feito e não a nós ir para o inferno. Isso é o que imediatametne surge na mente quando nos chamam de pecadores. Ora, o mal, o pecado, foi criado pelo próprio deus, portanto, não temos responsabilidade alguma, a não ser na medida em que seguimos as recomendações desse deus para a prática do bem que, a certa altura, acabamos não sabendo mais exatamente o que é. Mesmo porque no mesmo livro o deus adotado pelos cristãos manda que se invadam aldeias e cidades e se passe a fio de espada toda a população adulta e as crianças do sexo masculino sejam levadas escravas. "As meninas podeis levar para vós, para vosso uso".
    Olhe aí a pedofilia incentivada.
    Ou seja, observado cruamente, o tal livro santo fala em práticas hoje condenadas pela justiça brasileira. De plano, acabariam todas as igrejas denunciadas por todos os crimes capitulados no Código Civil,
    Código Penal e Código Tributário, porque utilizam como norte um livro que incentiva a violência deliberada contra o próximo.
    A julgar por esse quadro que acabo de traçar, não escapa um. Nem o Kaká, jogador de futebol, membro ativo da igreja do bispo e da episcopisa Sonia, porque ele estaria contribuindo com polpudas somas para a manutenção da igreja.
    De acordo com o Velho Testamento, ele estaria certo, porque é SUGERIDO, não imposto, que cada fiel contribuam com dez por cento de seus ganhos "para a casa do Senhor".
    Ou seja, uma prática que era celebrada ANUALMENTE, por ocasião das festas de final de colheita em Israel, e NUNCA COMPULSÓRIA, acaba virando aqui no Brasil coisa obrigatória e até única fonte de fé dos adeptos de algumas dessas seitas cristãs. É uma fé de "resultados": você paga, você recebe. Se não paga, já vem a condenação pela boca do líder de ocasião: você nunca vai aprumar na vida, "porque Deus ama a quem dá com amor".
    Percebeu aí a contradição entre o amor e a necessidade de pagar?
    Mesmo no cristianismo conservador, tradicional, da Igreja Católica e de algumas igrejas tradicionais como Metodista, Presbiteriana, Batista, essa doutrina de resultados é chamada de heresia. Segundo essas igrejas citadas, "Deus dá porque ama, não porque precise do teu dinheiro". Há inclusive igrejas como a Congregação Cristã no Brasil que abominam essa prática de exploração da fé do crente, porque não aceitam a imposição de dízimos. Se alguém necessitado tirar da boca de seus filhos para doar à Congregação, é recriminado e o dinheiro devolvido, porque está escrito também: "Misericórdia quero, não sacrifícios".
    Enfim, Soraia, há fés e FÉ. É para preservar a fé de cada um que a Constituição não permite as práticas que algumas igrejas usam de nivelar por baixo quem não comparece com o tutu todo mês. É discriminação e isso nem o próprio Cristo autorizou.
    Espero não ter me delongado demasiado, mas neste terreno eu posso trilhar com segurança, porque conheço bem o assunto.
    Abraços.

    Zé do Coco

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  2. Permita acrescentar ao meu loooong comentário que o caso da "bispa" e do maridão tem outros lances nada edificantes e até contrários aos princípios cristãos.
    Primeiro, nos Estados Unidos cometeram crime grave pelas leis americanas.
    MENTIRAM ao não declarar o valor exato que tinham na bagagem. Tinham dinheiro escondido até dentro de suas bíblias. Você sabe, a Bíblia, aquele mesmo livro que ensina a estuprar crianças das vilas, e que ensina a não mentir.
    Mentiram, e isso, para as leis americanas, é agravante sério. Não esquecer que conseguiram levar Al Capone para a cadeia só quando descobriram que ele não pagava imposto de renda. De outra forma, ele poderia ter continuado sua carreira de mandante de assassinatos e comparecer ao funeral levando flores para a viúva, como de fato fazia.
    Nos Estados Unidos, você não pode mentir. Que diferença de certos países que você conhece, não?
    Aqui o casal quer a liberdade apesar de ter mentido, apesar de a mentira ser condenada na própria bíblia que tanto pregam aos outros. Lá foi preso por que mentiu.
    Zé do Coco

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  3. De fato, Zé, quando a discussão gira em torno de credos o terreno é mais delicado. Suas explanações estão longe de ser longas ou cansativas, ao contrário, contribuem para a absorção da pauta (de forma negativa ou positiva - discordante ou não) trazendo novas reflexões para o blog. Obrigada!

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