segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Infância - Lugar Mágico

Às vezes olho de soslaio para o passado e sinto certo saudosismo de algumas passagens de minha vida. Outras vezes, o presente parece mais encantador. Noutras, observo o futuro com olhos brilhantes, rosto corado e expectativa de adolescente. Isso é vida! Mas bom mesmo é conservar dentro de mim aquele lugarzinho mágico onde nada podia me atingir e o máximo de preocupação que tinha, limitava-se ao emprego da palavra "não". Busco na memória frequentemente imagens, sons, aromas e sensações da infância para manter-me otimista em relação à vida. Funciona, garanto. Há outro período em nossa existência onde o otimismo finca morada, senão quando somos crianças? Penso que não. Por isso, vez ou outra dou uma espiada na menina levada e ágil do passado para seguir em frente. Mário Quintana passeia poeticamente sobre o assunto: "Fica sempre um fantasma nosso, de diferentes idades, nas diversas casas que habitamos, cada qual mais relutante em dissolver-se no tempo". E quem de nós não dá um espiada na infância distante para fortalecer-se no presente? Falemos do lugar mágico que se chama infância e do poder que esse lugar exerce sobre nós em situações diversas do presente. E ninguém melhor do que Oswaldo Montenegro para ilustrar o que tento dizer ao recorrer ao poder da imaginação infantil que nós, adultos, conservamos em algum lugar dentro de nós. De vez em quando, pense em coisas lindas...

Um comentário:

  1. Um grande amigo meu fazia aniversário no dia da Criança, por coincidência dia também da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.
    Foi nessa data que o papa João Paulo II esteve no Brasil e corria entre nós, amigos comuns do Adolfo (este era o nome dele), a piadinha de que chegando ao Brasil o Papa disse ao presidente Figueiredo que era pensamento de todos os fiéis brasileiros que o dia da Padroeira devia cair em 12 de outubro, mesmo dia da descoberta da América E, mais complicado ainda, era aniversário do nosso amigo Adolfo. O papa estava preocupado com a coincidência e perguntou ao presidente Figueiredo como se poderia contornar o impasse. O presidente disse ao Papa que não se perturbasse por isso, que ele próprio iria conversar com o Adolfo. Como bom brasileiro, Adolfo prontamente cedeu a data do seu aniversário para comemorações em homenagem á Padroeira. E assim ficou.
    Adolfo era boa praça, deixou saudades entre seus (inúmeros) amigos e até hoje comemoramos seu aniversário, certos de que Nossa Senhora Aparecida, apesar de ele ser judeu, nunca se sentiria diminuída e até daria uma palinha lá pro Filho dela, pedindo que abençoasse o nosso amigo Adolfo, uma verdadeira criança de coração, tão criança que era até médico pediatra, um dos melhores com quem as crianças do Paraná tiveram a honra de poder contar. Inclusive o meu filho...
    Grande figura e grande criança o amigo Adolfo, que Deus o conserve em sua glória...

    Rodrigus

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