sexta-feira, 19 de setembro de 2008

ARTIGO - ALGO MAIS QUE PODER

O dia das eleições se aproxima e vejo a expectativa aflorar no rosto das pessoas, de diferentes formas. Há aqueles que mostram uma certa luminosidade quando falam em futuro, em progresso, em confiança nos que irão eleger, e isso me dá alegria. A estes, a esperança em dias melhores se apresenta na forma do voto, na oportunidade de participar da consolidação democrática de seu espaço geográfico. Outros espelham a frieza dos cálculos e dos acordos em suas faces, como se o pleito eleitoral fosse apenas um esquema para se manter no jogo político sustentado pelo erário e poder público. Meu desdém e desprezo por tais pessoas. Minha piedade também, já que sou provida desse sentimento. A estes, faltam o conhecimento, a consciência da insignificância de caráter e de suas capacidades como ser humano. Friedrich Nietzsche, em ”A Vontade de Poder”, trata deste tema da seguinte maneira: “... A grandeza de caráter não consiste em não experimentar emoções; pelo contrário, estas são de ter no mais alto grau; a questão é controlá-las e, ainda assim, havendo prazer em modelá-las, em função de algo mais”. Eis o ponto. O homem que se deixa corromper no exercício de suas funções públicas, na verdade não tem competência nem condições de controlar as emoções que advém de tal ocupação. É um inepto, incapaz, e deveria envergonhar-se de sua condição humana no aspecto da estupidez. Há os que riem e se vangloriam de passar a perna nos milhões de pobres brasileiros que se iludem dia após dia com seu salário minguado, com o bolsa aqui e acolá que fermenta sua existência e o faz parecer mais miserável do que realmente é. Deboche equivocado. A miséria da alma e da mente se aloja verdadeiramente no homem público que não consegue direcionar suas emoções para a realização do “algo mais” citado por Nietzsche. São tão poderosos, mas tão poderosos, que só têm o poder. Nada mais. O que irá acontecer no dia 05 de outubro ainda é uma incógnita. O que passará pela cabeça do eleitor que anda desempregado, descrente do futuro que lhe bate à porta? Por quais caminhos segue a mente do pequeno empresário, do agricultor e da professora que têm acompanhado a política pública de seu setor? E o jovem... O que deve pensar o jovem sobre o momento político que vivemos? As urnas responderão a estes questionamentos em breve. Traduzirão em números os anseios e exigências de uma sociedade que faz esperar, acreditar, insistir para crer novamente. Que novos tempos venham. Que a expressão facial daqueles que esperam viver uma Cascavel ou outra cidade do Brasil mais humana, digna, segura e transparente, seja radiante. Nós, eleitores, estamos prontos para mais uma escolha democrática em que pese nossa confiança e nosso futuro nas mãos e coração de quem terá a oportunidade de controlar suas emoções e moldá-las, como sugeriu um dia Nietzsche, em nome de algo mais.

4 comentários:

  1. De quem é essa foto aí?

    Zé do Coco

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  2. Ieu! Não tá me reconhecendo, Zé??

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  3. Puxa, você parece um diamante. Muitas facetas. A câmera não deixou escapar um momento único de sua vida.
    Afora o fato de você ser bem fotogênica, no que realmente estava pensando quando tirou essa foto?

    Zé do Coco

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  4. Valeu pelo 'fotogênica', embora discorde. Existem pessoas que sabem fotografar e tb fotos generosas, isso sim, hehe. O que pensava? Só Deus sabe! Mulher pensa coisa demais, Zé, e numa velocidade, que só Deus p/ acompanhar, rs.

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