domingo, 1 de março de 2009

Semana Cor-de-rosa no blog

Dia 08 de março, todos estão carecas de saber que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Respeito os posicionamentos contrários, mas sempre gostei da lembrança da data. Um marco, uma forma de se chamar a atenção - ao menos neste dia - para muitas situações que envolvem o universo feminino, que na maioria das vezes não é cor-de-rosa como a página atual do blog. Detesto comentários feministas ou intitulados condizentes à realidade onde se exalta que 'todo dia é dia da mulher' ou que 'não há nada a ser comemorado'. Pára tudo! Como não? E a mulher que consegue, após anos de luta, submissão e humilhação, se ver livre do farrapo humano que a subjugava econômica e psicologicamente? E quanto a profissional que se vê às voltas com a difícil tarefa de orquestrar a família, lutar por uma promoção e aumento de sua remuneração, quando conquista seu intento? E aquela velha senhora que dia após dia, cozinha, lava, passa ou esquecida nos sertões desgasta sua energia física e mental para que o filho ou neto possa receber, diante de seus olhos marejados pelas lágrimas do sacrifício diário, o tão sonhado diploma que o incursionará pela vida com melhor sorte.... Estas mulheres não merecem ser lembradas? Por óbvio que sim. E serão! A todas vocês, almas femininas, que passarem por aqui durante a semana que antecede o dia 08 de março, meu sincero abraço pela luta diária, pela vaidade que nem sempre pode ser exteriorizada, pelas lágrimas ocultas em nome do equilíbrio e da discrição, pelas noites insônes junto aos filhos ou aos pais, pelos sonhos sacrificados em nome deles, enfim, por tudo que representa sua existência! A semana é nossa, sem discursos feministas, porque aprendemos a dosar nossa força. Há muito o que conquistar, sem que se perca a fragilidade do sexo; a sensível presença que nos diferencia e nos torna tão especiais. Para começar, um vídeo com a canção Woman, de John Lennon. (You Tube)

6 comentários:

  1. A primeira mulher da minha vida morreu antes que eu pudesse retribuir todo o sacrificio feito para que eu me tornasse o homem que sou hoje. Aproveito sua homenagem, Soraia se me permite, para cumprimentar todas as maes que como a minha, doaram tempo e trabalho sem falar no desvelo, em prol de minha educacao. Depois de um casamento feliz de 18 anos enviuvei mas as mulheres que hoje fazem parte da minha vida, minhas 3 filhas, continuam engrandecendo o significado da palavra viver. A voces!

    Muchiba214

    ResponderExcluir
  2. Eu não vejo o que comemorar. Por mim vou me vestir de luto, porque milhões de mulheres sofrem mundo afora e ninguém as socorre. Já viajei por aí, já vi mulheres mutiladas em nome da religião (criada por homens), vejo o Cristianismo discriminando mulheres, vejo o Islamismo subjugando-as, vejo as guerrilhas estuprando.
    Os protestos nas Filipinas tem um fundo de desrespeito aos direitos das mulheres, para quem não sabe. A história vai ser comprida, mas peço paciência de quem se dignar ler.
    Não se trata apenas de protesto em virtude da chegada de tropas americanas em território filipino. Para quem não sabe, as Filipinas viveram sob regime espanhol (e católico do mais facinoroso, avesso a qualquer direito feminino) até que os Estados Unidos aportaram por lá e tomaram posse. Foi um período menos duro para o povo. Eu disse "menos" duro. No geral, continuou para o povo filipino a lesma lerda até que recentemente os Estados Unidos devolveram as várias bases militares que lá mantinham. Nas prisões filipinas, alguns soldados americanos ainda aguardavam julgamento por terem estuprado meninas filipinas. Aí os Estados Unidos decidiram fazer algumas manobras militares em alto mar, a título de treinamento. Como se sabe, ficar vigilantes contra o perigo chinês era ponto de honra dos americanos, além de países islâmicos próximos (Indonésia entre eles) que incentivavam os muçulmanos residentes em ilhas e províncias do Sul - região de Mindanao a tomar controle e criar lá um enclave independente muçulmano.
    Atentem que isso tudo era problema que já existia muito antes de os americanos abandonarem as bases em território filipino, porque estava ficando caro mantê-las e, de resto, "não havia" mais perigo de os chineses dominarem o mundo.
    Esse primarismo americano continua prevalecendo hoje, mesmo sob o governo Obama.
    Voltando às evoluções militares no Pacífico, os governantes corruptos (e católicos) das Filipinas viram nisso uma oportunidade de ganhar uns agradinhos dos americanos ricos e concordaram, em troca, devolver os soldados que estavam presos aguardando julgamentos por crime de estupro. Lá nas Filipinas, estupro dá cadeia para mais de 15 anos e, com agravantes, até pena de morte.
    O governo filipino raciocinou que algumas vaginas filipinas violadas não eram obstáculo nenhum a que os americanos deixassem de lembrança alguns destróieres velhos que iriam de qualquer forma servir de alvo em exercício de tiro.
    De lá para cá o povo filipino (são mais de 80 etnias e línguas no arquipélago superpovoado) começou a se insurgir.
    Não houve apenas esse tumulto em que mostraram policiais tascando o escudo na cara dos manifestantes. É um regime brutal, corrupto e sanguinário sob o governo de uma mulher carola, totalmente fiel a leis católicas que não vigoram mais no resto do mundo católico e que submetem as mulheres a contínuas humilhações. Mulher essa casada com um sujeito que usa o mandato da esposa para aprontar de tudo o que vocês mulheres aqui no Brasil quiserem imaginar, e com dinheiro público, sob o olhar complacente da querida esposinha que sucede ser presidente do país.
    Bem, é isso. Há o que comemorar? Duvido.
    Viajem pelo mundo, senhoras, verão que não há nada feito, há tudo por fazer.

    Zé do Coco

    ResponderExcluir
  3. Tudo por fazer. Me parece que sempre há um começo, caro Zé. Concordo com madre Teresa de Calcutá (já pensou se ela pensasse desta forma?) quando disse que “Não podemos fazer grandes coisas; só podemos fazer coisas pequenas com um grande amor”. "

    Faço questão de comemorar pois deste modo posso e devo incentivar quem não esmoreceu ao longo da caminhada. Como a jornalista Mayada, que sofreu o indescritível nas prisões no Iraque, mas manteve-se fiel ao propósito de continuar seu trabalho em prol das mulheres e viúvas daquele país. Vestir-se de luto, meu amigo, é uma opção. Mas se usar branco, rosa ou pink e acenar para mudanças de forma efetiva, garanto que surtirá mais efeito.

    Grande abraço!

    ResponderExcluir
  4. Não vou nunca deixar a chama apagar, Soraia. Mesmo de luto, vou gritar alto pelas mulheres. Sou filho de mulher, sou casado com uma mulher. A primeira se foi, morreu como um passarinho (como me faz falta). A segunda está comigo, já enfrentamos dificuldades sem conta e é por elas que eu também luto. Mas vou viver de luto, porque estão matando mulheres. Estão espezinhando essa que é a mais doce e importante metade da humanidade. Enquanto houver uma mulher que sofre, não temos o direito de ficar calados. Vou me vestir de branco no dia em que não houver mais uma mulher que esteja sofrendo, sendo humilhada.
    Não por acaso, em Cascavel há um grupo de cuja fundação tive a honra de participar há cerca de 15 anos, a Ordem Internacional do Arco-Íris para Meninas, destinada a criar condições de desenvolvimento integral a meninas entre as idades de 7 a 21 anos, organização essa que está encontrando receptividade em vários pontos do País. Começou aí em Cascavel, pelas mãos de pessoas que só se me autorizarem eu citarei nominalmente, pessoas que se dedicam de forma plena a esse trabalho.
    Era o máximo que eu podia fazer dentro de minhas forças, sendo certo que há pessoas bem mais capacitadas hoje para levar o trabalho avante.
    Se os poderosos deste País soubessem se dar as mãos para apoiar trabalhos como esse, a situação de nossas meninas brasileiras seria bem outra.
    Tenho um sonho que não sei se um dia vou realizar, o de levar este trabalho a lugares como as Filipinas, ao Timor Leste, à Birmânia etc.
    Quem sabe se eu ganhar o acumuladão da Mega-Sena, né?

    Zé do Coco

    ResponderExcluir
  5. Faço a minha parte dentro da sociedade em que vivemos.
    Sou uma andorinha numa floresta em fogo,não conseguirei apagar o fogo na floresta, mas farei a minha parte com a minha capacidade e nada de milagre.

    ResponderExcluir
  6. Só agora vi minha falta de atenção!
    O rosa é pela semana da mulher.
    Eu sou assim, começo a ver o blog pela última postagem e não pela primeira e deu nessa confusão.
    Sorry.

    ResponderExcluir

Obrigada por sua participação em meu blog!