sábado, 16 de maio de 2009

Derramando poesia - Carlos Nejar

Adoro Carlos Nejar. Alimento-me de seus poemas e de sua musicalidade quase abrupta.

Orkutei.com.br

"Luiz Vaz de Camões"
Não sou um tempo ou uma cidade extinta. Civilizei a língua e foi resposta em cada verso. E à fome, condenaram-me os perversos e alguns dos poderosos. Amei a pátria injustamente cega, como eu, num dos olhos. E não pôde ver-me enquanto vivo. Regressarei a ela com os ossos de meu sonho precavido? E o idioma não passa de um poema salvo da espuma e igual a mim, bebido pelo sol de um país que me desterra. E agora me ergue no Convento dos Jerônimos o túmulo, que não morri. Não morrerei, não quero mais morrer. Nem sou cativo ou mendigo de uma pátria. Mas da língua que me conhece e espera. E a razão que não me dais, eu crio. Jamais pensei ser pai de santos filhos.

2 comentários:

  1. Que lindo blog, rico em conteúdo, bem escrito. Adorei. Carlos Nejar, de fato, é fantástico. Abraços. Domingo.

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  2. Pois então torne-se nossa companhia constante, caro Domingos! Obrigada pela delicadeza, volte sempre! Abraços!

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Obrigada por sua participação em meu blog!