quinta-feira, 30 de abril de 2009

A estagnação da cultura

Os artistas de Cascavel resolveram manifestar-se quanto à morosidade das obras do Teatro Municipal da cidade, organizando um protesto para o dia 26 de junho que será marcado pela ousadia dos membros da Associação Centro de Pesquisa Teatral e do Grupo Folclórico Italiano Ladri di Cuore. A manifestação acontecerá antes, porém, através da ação dos grupos no calçadão da Avenida Brasil neste sábado, a partir das 11 horas, quando promoverão um adesivaço - cerca de 250 carros receberão adesivos com frases atinentes ao movimento da classe em prol da finalização da obra que recomeçou há um ano e caminha a passos lentos. O fato é que tal manifesto aconteceu há nove anos, quando artistas liderados por Wanderley dos Anjos protestaram pelo estado crítico em que se encontrava o Teatro. A história se repete, e Cascavel aguarda as cenas do próximo ato.

4 comentários:

  1. Não tenho nada contra a cultura (teatro, música, dança etc.). Mas convém os artistas se capacitarem de que manifestações artísticas independem de apadrinhamento de dinheiro dos impostos. Vão às praças, representem seus papéis lá. No mínimo constatarão que a arrecadação será escassa, uma canequinha de moedas a cada exibição. Aí verão de onde surgem as verbas para apadrinhar espetáculos a que muitas vezes a população não tem como assistir, porque os preços de comida e vestuário andam pela hora da morte. No entanto, é esse povo, privado do conforto essencial à dignidade humana, que contribui compulsoriamente com a carga mais pesada de impostos de todo o continente sulamericano. ESSA é a realidade que olha de frente para as pessoas.
    Vale lembrar, arte, sob a forma que se apresente, é algo particular, ven de dentro de cada um sem necessidade de verbas públicas e é assim que deve ser sempre vista.
    Apenas num regime estatizanite, de cunho comunista ou mesmo nazista, se compreenderia impor aos cidadãos que não vão ao teatro nem às ruas para ver uma peça porque estão por demais cansados da jornada de trabalho e nem tempo têm para parar na frente de um teatro.
    Não pretendo ser cruel a ponto de negar a livre manifestação de um dom artístico, mas defendo que as pessoas não devam PAGAR por algo que não têm tempo de ir ver.

    Rodrigues

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  2. Cumpre acrescentar ainda: colocar decalques nos parabrisas dos carros é falta de respeito à propriedade, portanto, vamos refrear nossos brios histriônicos para mostrá-los em forma de uma peça num canto de uma praça, porque sujar carros é uma forma bastante eficaz de despertar a antipatia de quem não tem culpa pela situação dos artistas.

    Rodrigues

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  3. Discordo um pouco do que escreveu o Rodrigues e considero um desrespeito com a população de Cvel o que fizeram com o projeto do teatro municipal. Foi usado como propósito eleitoreiro na administração passada e agora está aí, cheio de falhas e andando aos trancos e barrancos! Enquanto isso, vamos a Toledo onde se respira arte!

    Profª Silvia

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  4. Professora Silvia, eu já esperava por algum comentário contra meu ponto de vista. É normal e nem por isso abro mão do que penso, porque já fui desse meio artístico há muito tempo. A culpa, segundo entendi do seu comentário, é do próprio povo de Casca, que não ficou de olho nos seus políticos. Entretanto, eu não aceito contribuir com um tostão sequer para melhorar as condições do meio "artístico", mesmo porque, durante décadas, temos tido organismos como Ancine e equivalentes sugando dinheiro dos impostos para financiar produtores de filmes que não traziam retorno nem mesmo em recolhimento dos impostos que serviram para sustentar aquelas atividades. Ou seja, com o dinheiro dos impostos foram produzidas autênticas porcarias passando por "arte". Não pretendo ser hipócrita a ponto de achar que temos tantos diretores talentosos assim, porque a maioria são pouco mais que lixo. Desculpe a veemência, mas realmente sei de cor e salteado o que se passa nas cabecinhas desses intelectualóides deslocados da realidade brasileira.
    Não é tarefa do poder público financiar essas "obras", sinto ter de insistir. Se algum dia eu chegar a ser milionário, se acreditar em alguma daquelas ideias esdrúxulas de alguns intelectualóides, talvez eu desembolse uns trocados mas, pode estar certa, vou passar longe, porque realmente estou cansado dessas... "obras".

    Rodrigues

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