segunda-feira, 8 de junho de 2009

Derramando Poesia - Carlos Nejar

Abandonei-me ao vento. Quem sou, pode explicar-te o vento que me invade. E já perdi o nome ao som da morte, ganhei um outro livre, que me sabe quando me levantar e o corpo solte o meu despojo vão. Em toda parte o vento há-de soprar, onde não cabe a morte mais. A morte, a morte explode. E os seus fragmentos caem na viração e o que ela foi na pedra se consome. Abandonei-me ao vento como um grão. Sem a opressão dos ganhos, utensílio, abandonei-me. E assim fiquei conciso, eterno. Mas o amor guardou meu nome.

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