quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sarkozy diz que crise acabou com 'ditadura dos mercados'

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou nesta quinta-feira que "a ideologia da ditadura dos mercados e do Estado impotente morreram com a crise financeira".Para Sarkozy, "tudo converge para reflexões sobre a redefinição do papel do Estado na economia". Segundo o presidente francês, uma revolução intelectual e moral está em andamento e "de agora em diante, nada mais na economia mundial será como antes". "Pensávamos que a política não era algo necessário. Isso acabou", disse o presidente francês, considerado, no entanto, um liberal. "Haverá agora maior atuação política." Sarkozy fez as declarações durante um discurso nos arredores de Annecy, no sudeste da França, onde anunciou medidas de apoio à economia francesa, que deve, segundo projeções, entrar oficialmente em recessão no terceiro trimestre deste ano. (BBC Brasil) Leia mais
Abaixo, a observação sagaz de nosso leitor, Zé do Coco, que reproduzo em total concordância.
"Soraia, é possível que no futuro próximo tenhamos no mundo uma tendência híbrida, Estado + livre mercado. Claro que o Estado não terá, no mundo ocidental, um papel ditatorial, mas sem sombra de dúvida ficará com o papel de regulador, evitando os descontroles que no final das contas acabam estourando nos bolsos de quem nunca investiu um tostão sequer em mercados de risco, como bolsas de valores. Por ter uma economia forte, alicerçada na poupança interna, os Estados Unidos sempre figuraram como berço do liberalismo econômico, atribuindo ao mercado a responsabilidade pelos riscos assumidos.Até aqui tem funcionado e FUNCIONA, quando um governo sabe fazer sua parte nas regras do jogo. Todavia, Bush filho passou a figurar como o pior tipo de governante que qualquer país pode almejar, aquele que vai ao Congresso pedir verba para levar avante políticas intervencionistas sem respaldo na realidade dos fatos (exemplo do Iraque) e sem levar avante o objetivo primordial que ERA combater o terrorismo no mundo. Vale dizer: o homem pediu dinheiro ao Congresso para matar mais gente em nome de infundadas notícias sobre o suposto papel do Iraque no terrorismo mundial.Todos vimos o que ocorreu com o Iraque: ele invadiu o país, vidas foram ceifadas e ao fim, a procura de Osama bin Laden acabou sendo esquecida em nome da "democratização" do Iraque. O serviço de inteligência mais perfeito do mundo, o do Vaticano, alertou na época contra o que os Estados Unidos estavam fazendo: a criação de mais um Viet Nam. Não deu outra. E tanto Viet Nam como Iraque têm uma coisa em comum: petróleo, muito petróleo, que sempre atraiu a cobiça dos czares da indústria petrolífera americana, Condoleeza Rice incluída, porque ela representa o que de mais autêntico existe em termos de petromilionários. Sarkozy arranhou a superfície da nova realidade: os governos não vão mais deixar à solta os megainvestidores que, conquanto representem um fator positivo, o do liberalismo econômico que PODE promover desenvolvimento, traz também a intranquilidade da cobiça por lucro a qualquer preço. Eu disse: a QUALQUER preço, mesmo o de vidas humanas em diversos lugares do mundo. Somente temo pela situação de países como as Filipinas que, depois de décadas figurando como bastião da águia americana eternamente vigilante contra os demônios comunistas, foi recentemente relegado ao esquecimento pelos americanos que lá mantinham diversas bases militares para vigiar os demônios chineses. Tendo sua economia totalmente estruturada no compadrio com os Estados Unidos, agora o país está sendo abandonado à própria sorte e pouca vantagem fruirá do fato de ter uma das bolsas de valores mais atuantes do Pacífico. Enfim, é POSSÍVEL que, se Barack Obama for eleito, aquele país receba um pouquinho mais de atenção do que os mariners americanos estuprarem meninas filipinas e ficar por isso mesmo, desde que o governo filipino, encabeçado por pessoas de reputação duvidosa, consiga amealhar dólares para alimentar sua cobiça insaciável. Existe até uma piada de mau gosto envolvendo a mulher do "saudoso" ditador Ferdinand Marcos, a tal Imelda Marcos, conhecida pela sua tara por sapatos. Ela dizia (na piada, claro): - Vivem dizendo que tenho 2.800 pares de sapatos. Não é verdade, isso é pura maldade. Eu tenho apenas 1.060 pares...Quando você tiver tempo e $$$ visite o país, Soraia. Vai ver a ironia da coisa toda: enquanto a mulher do ditador tinha tudo aquilo de sapatos (com as bolsas formando kit, inclusive de pele de crocodilo), o povo anda descalço e sem escolas até hoje. Mudei de assunto quase sem notar, mas tem a ver: onde reina a especulação mera e simples, não há desenvolvimento, há apenas predadores.
Zé do Coco".

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